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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Apelo ao Presidente
03/09/2008
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Peço desculpas ao torcedor atleticano, inclusive aos demais amigos do site por escrever tanto essa semana e talvez não conseguindo dizer nada. Mas há um nó na garganta, escrever é uma maneira de desabafar, temos um importante jogo hoje e honestamente não tenho muitas esperanças de um resultado positivo.
Precisamos de mudanças, mexer com o time, limpar o elenco, enfim, chacoalhar o coreto e o imobilismo atual me irrita. Agradeço a compreensão.
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Ele acabou criando um monstro.
Nos fez grandes de um tamanho como nunca fomos, logo queremos continuar a ganhar como anos atrás ou simplesmente nos apequenamos e voltamos a ser o que éramos antes, mero coadjuvantes, saco de pancadas, um time exótico e diferente, um "Flamengo do sul". A diferença é que nossa torcida sempre foi um show, vibrante e não exigia nada, pois o que viesse era lucro. Hoje queremos resultado, o que é de se entender perfeitamente.
Vendo que o futuro do futebol era a base ele fez o melhor CT do Brasil. Não fez mais um CT, como hoje em dia existem vários, mas fez logo o melhor. E de lá, de onde deveria sair a matéria prima mais barata, dedicada e com vontade de crescer na vida e gerar lucros para todas as partes, saem imaturos pseudo-craques, moleques marrentos com 16 ou 17 anos, já empresariados e que ficam loucos para sair do clube que os formou. A lei do passe mudou durante a gestão dos atuais comandantes e nisso o CAP comeu bola, não se adaptou a nova ordem (mercantilista ao extremo e prejudicial aos clubes formadores, diga-se) e vemos hoje que o CT se tornou um dormitório de preguiçosos, uma enfermaria eterna e os métodos do cientista russo nos roubaram tempo, dinheiro e não trouxeram nada de efetivamente positivo.
Ele infelizmente fica palpitando no futebol e por isso tivemos comandos técnicos exóticos digamos assim. O que dizer de um clube que quer ser de ponta e recorre eira e vezeiramente a Vadão? Pior é lembrar do Mior, Gilson Nunes, "mestre" Giva ou Arthur Neto. O foco no financeiro e não no futebol é outro erro, pois se o clube costuma se vangloriar ao dizer que é gerido como uma empresa deveria focalizar seus objetivos no resultado final, no caso os títulos e infelizmente essa não é e prioridade do clube.
Por fim Petraglia criou um monstro dentro de si próprio. Ao tomar as rédeas de tudo que diz respeito ao clube, de se dedicar diuturnamente ao clube ao ponto de pedir para arrumar maçaneta e, acreditem, catar matinho no gramado do CT, até trazer meio que por conta própria um Fabricio como fez em 2003, ir dar de dedo na cara do "bambi assasino" na saída dos vestiários, fazer acordo com Real Madrid, abrir as portas do Oriente Médio ao trazer o jovem Kamali, enfim, fazer de tudo um pouco no clube e por isso mesmo ter afastado alguns daqueles que ajudaram a construir esse Atlético de hoje em dia, que se é tão ruim no campo de jogo como o das décadas de 60 ou 70 mas é infinitamente maior na área patrimonial, de visibilidade, de dar orgulho na própria torcida e ter algum respeito, mesmo que em fase de declínio além das fronteiras de São José dos Pinhais e Colombo, construiu uma imagem de onipresente, de eterno mandatário, verdadeiramente de "dono" do clube e de onde advém os recursos, as soluções que o clube precisa.
Ele enfim mostrou para todos que só ele pode dar um jeito, que só ele costuma estar certo e por isso mesmo que a torcida, crítica ou elogiosa a ele imputa a ele as responsabilidades pelo que está errado. E por isso a torcida exige dele as respostas, as soluções, o que precisamos para continuar a sonhar. Como no clássico de Saint Exuperry , O Pequeno Príncipe: " você se torna eternamente responsável por tudo aquilo que cativa".
Muito, para não dizer tudo do que acontece na vida do Atlético Paranaense diz respeito diretamente ao senhor Petraglia e é a ele que a torcida se reporta, quer seja para xingar ao ver os resultados vexatórios, vergonhosos do último triênio como pela súplica em buscar soluções, em contratar, em afastar as laranjas podres e nos livrar do fantasma do rebaixamento. Quanto mais tempo demorar a dar essa resposta meu Presidente, menores serão as chances de recuperação. Como sempre, conte com o apoio da torcida atleticana. Não pedimos muito em troca, não queremos sempre ser campeões e fazer campanhas históricas todo o sempre, mas queremos no mínimo um time digno de vestir a camisa rubro-negra, um time que não se entregue, que lute, que respeite o torcedor e a camisa do time que lhes paga o salário. E só o senhor tem a moral aí dentro do Atlético para pôr as casa em ordem, pagar bicho, fazer o diabo que seja para recolocar o time nos trilhos e começar uma nova revolução no clube, agora de idéias, de ideais. Somos um clube de futebol e a ele devemos estar voltados.
Em dezembro teremos eleições e aí o papo é outro. Até lá temos que nos unir mais e mais e como bem lembrado pelo treinador Mário Sérgio, é melhor se unir e torcer agora do que ter que se mobilizar ano que vem para subir pra Série A outra vez. Mas repito, essa mudança necessariamente passa pelo pulso forte do Presidente do Conselho, senhor Mário Celso Petraglia. Conte com a gigantesca e participativa nação atleticana. Nada é impossível para um Atlético unido. NADA!
ARREMATE
“Não queria enganar/
Driblar, iludir/
Tanto desencanto.” AGORA FALANDO SÉRIO, Chico Buarque
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