Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Estamos morrendo

25/08/2008


O eterno presidente do Atlético, Jofre Cabral e Silva, deixou um pedido antes da sua morte. Pediu Jofre:

“Não deixem – nunca – morrer o meu Atlético!”.

Hoje, depois do que vi no jogo em Minas, vejo que o Atlético está morrendo.

O que pensaria Jofre ao ver o seu amado furacão, entrando no gramado do Mineirão descaracterizado. Procuraria ele o jogo em outro canal, sempre buscando as imagens do time RUBRO-NEGRO, e não do time ALVI-RUBRO. Ao saber que aquele time, com camisa branca e vermelha é o Atlético, ele simplesmente diria que estão matando o seu Atlético.

Como se não bastasse o uniforme ALVI-RUBRO, Jofre teria mais algumas surpresas pela frente. Uma inscrição, que para a torcida não faz e nunca fará o menor sentido, instigaria o presidente. Diria ele, “Mas afinal, o que é esse tal de Caparanaense”. Depois de saber que a atual presidência quer internacionalizar o Atlético como Caparanaense, novamente ele diria que estão matando o seu Atlético.

Porém, o domingo não seria dos mais animadores para o eterno Jofre. Após o baque inicial, ele insistiria em perguntar por que o Atlético folgou na rodada? Pois aquilo que jogou (?) contra o Atlético Mineiro não é o seu amado rubro-negro. Um time (?) sem a menor vontade, que esteve em Minas a passeio, em busca do queijo mineiro, e não foi para o verdadeiro objetivo: jogar bola.

O que a torcida foi obrigada a ver, no Mineirão, envergonharia Jofre.

Porém, depois da ver que o seu querido Atlético está morrendo, Jofre teria mais certeza desta morte com o que ficaria sabendo na seqüência.

Ele questionaria como está a galeria de troféus do furacão. E saberia que o Atlético de hoje abre mão de uma taça, em troca de dinheiro. Ficaria assustado ao saber que seu time do coração, foi desmontado no início do ano, em troca de alguns dólares. Hoje, o jogador que vem para o Atlético pensa automaticamente na transferência que fará logo depois. O atleta que passa no furacão hoje, não leva como lembrança uma faixa de campeão. O que o fará lembrar-se do Atlético é quando ele parar em frente à estante da sua casa e ver a foto da sua chegada na Arábia, aí lembrará que antes passou pelo Atlético.

Jofre, ainda, se assustaria em saber que a salvação (?) do Atlético está no Departamento Médico. Teimaria em acreditar que Júlio Cesar, que somente jogou parte de dois jogos, possa revolucionar um time de qualidade pra lá de duvidosa.

Por fim, Jofre perguntaria da torcida e aí ele não teria surpresa. Saberia que temos 18 mil sócios, que mesmo com este time (?) ridículo em campo não deixam de apoiar o time e aí daria um suspiro e diria:

“Essa TORCIDA jamais deixará o meu Atlético morrer!”


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