Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

Vergonha olímpica

21/08/2008


Às vezes acho que sou exigente demais com os jogadores do Atlético. Na verdade, sou exigente demais comigo mesmo, me cobro sempre um melhor desempenho, seja no trabalho, na faculdade ou em qualquer outra atividade que eu desenvolva. Tudo bem que nem sempre eu consigo atingir os meus objetivos. Caio, levanto e sigo em frente. Fico abatido, mas esse sentimento logo passa assim que a próxima barreira for vencida.

O que me deixa inquieto e sem entender é como a Seleção Brasileira de Futebol consegue, com todas as suas forças, não disputar uma final na Olimpíada de Pequim. Eu entendo que ninguém joga sozinho, que no outro lado do campo existiu um fortíssimo adversário. Os argentinos golearam, calaram e enterraram o sonho da nossa tão sonhada medalha de ouro no futebol masculino. Obra do destino? Que nada, incompetência pura. E não culpo apenas o técnico Dunga pelo fracasso, todos que vestiram a camisa canarinho deveriam estar envergonhados pelo vexame em Pequim.

Deixando a Olimpíada de lado, voltamos nossos olhares ao Furacão, a vitória sobre o Ipatinga deu tranqüilidade ao grupo e pelo menos os ares ao redor do Centro de Treinamentos do Caju estavam menos carregados durante os dias que antecederam a derrota para o São Paulo.

De uma forma incrível o Rubro-negro consegue ser o pior dos visitantes, das dez partidas que fez fora do Joaquim Américo, o time conseguiu uma miúda vitória contra o Ipatinga, na estréia da competição e depois colecionou (até agora) nove insucessos seguidos, ou seja, o time que joga em casa com o Atlético já pode contabilizar mais três pontos na classificação geral.

Diriam os mais românticos: pelo menos o time jogou bem contra o São Paulo, foi azar não trazermos nenhum pontinho na bagagem. Eu diria que a falta de sorte esteve presente sim, porém não podemos colocar toda a culpa nela, afinal de contas não foi a sorte que ficou pelo menos duas vezes na cara de Rogério Ceni a ponto de desempatar o jogo.

Diriam os mais céticos: prefiro jogar mal e vencer a jogar bem e perder como aconteceu ontem diante dos bambis, desse jeito não nos livraremos da Segunda Divisão. Corroboro deste pensamento, porém o time criou algumas boas oportunidades que podiam ser revertidas em gols. Mais uma vez pecamos pela falta de qualidade, o que não podemos fazer é acharmos que estamos jogando bem e não vencer ninguém fora de casa. Isso vai afundar o Atlético cada vez mais. Ganhar as oito partidas que faremos dentro da Arena da Baixada não serão suficientes para livrar o Atlético da degola.

Traçando um paralelo entre a atuação da Seleção Brasileira de Futebol, nas Olimpíadas de Pequim e o desempenho do Atlético no Campeonato Brasileiro, vemos que os objetivos eram/são diferentes: A Seleção gostaria de trazer a medalha de ouro para o Brasil, se bobear nem a de bronze trará. O objetivo do Atlético é se livrar da Série B em 2009 e tem até o dia 07 dezembro para atingi-lo. Caso contrário, se bobear, em 2009 estamparemos a nossa magnífica estrutura e nosso belo estádio para os times da Segunda Divisão.

Perder faz parte do jogo, desistir ou render-se, jamais. Tenho fé que o Atlético irá superar tudo isso e fará, pelo menos, um segundo turno digno das cores rubro-negras.


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