Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

O óbvio continua

15/08/2008


Pois é Vesgo, comi bem hoje, papo alto astral durante o almoço, me diverti. Mas vamos falar de coisa séria e nossa criação tá uma piada. Hãm hãm, entendeu? (soquinho no queixo)

Pô, os caras não chutam no gol; os poucos chutes raramente chegam ao gol e quando vão ao menos na direção entre os paus batem em cima do goleiro adversário. Tá fácil de defender contra o Atlético, quer ver? Se eu fosse o treinador adversário daria campo, deixava o time tocar a bola – e esse definitivamente não é o ponto forte do time – porque o Atlético não tem jogadas agudas pelas laterais que são a maneira mais fácil de chegar ao gol, mas os cruzamentos são muito ruins. Daí é só esperar o chutão, principalmente no esquema defesa=>ataque e começar a trabalhar a bola, principalmente nas costas do 1º volante ou dos alas e depois tabelar na entrada da área. E diferente do nosso time, a maioria das outras equipes ao menos tem um batedor de faltas confiável e que faça 1 gol a cada 4 tentativas. Bem ao contrário do rubro-negro desde a saída do Netinho.

Outra coisa. Nossos meias de criação e atacantes não driblam. No máximo, tipo o Ferreira e o Anderson colocam para correr contra os zagueiros e tentam cavar falta ou ficam sem ângulo para uma jogada mais incisiva. E sabe por quê? Porque ninguém se aproxima! Tem várias vezes em que um jogador faz uma correria danada, ganha campo mas não há ninguém no apoio. Daí ou perde a bola ou faz como no rugby, tem que passar para trás. Aliás, essa é outra característica chata do nosso time: o contra ataque de caranguejo. O time vai até um ponto, daí ou o passe é feito no rim de nosso companheiro ou se pára e não aparece ninguém para a tabela (e o famoso um-dois continua sendo o “segredo” que mais dá certo no futebol) ou se volta tudo, a bola volta pra zaga e .....chutão pra frente!

Estão confundindo velocidade com pressa! A torcida tem ajudado Mário, viu só, mais de 17 mil pessoas por jogo, pagando religiosamente, ali, firme, do lado do clube e nem em casa o time tem feito o serviço. E veja só, diferente de outras torcidas a gente não vai soltar rojão e mandar jogador tomar CAJU durante o treino, nem joga cinzeiro de aeroporto nos atletas e muito menos invade concentração para cobrar resultados. Por sinal o time tá em dívida sim com a torcida, não queremos e sabemos não ter condições de disputar título todo ano, ninguém ganha tudo sempre, mas queremos voltar a ter alegrias, orgulho de nossa camisa, que nosso Caldeirão volte e meter medo nos adversários e que quem está dentro de campo respeite o torcedor na arquibancada.

Olha só agora, sem bebida no estádio, como ver esse time Mário? Vai ser dose pra cachorro! Um leitor que sempre me escreve concordou com minha tese canina de que no Brasil, quando o cachorro tem pulga, se mata o cachorro e não a pulga. A violência vai diminuir sem venda de cervejas? Na Inglaterra, segundo ele, também não se vende cerveja nos estádio já há anos e nem por isso os caras são menos briguentos e violentos. Sabe o que vai acontecer agora? Sujeito vai encher a lata antes do jogo, já chega trêbado e aí sim vai arrumar confusão, até pelo mau humor que será característico em querer e não poder beber sua cervejinha e ainda ver o time em campo do jeito que está. Fale com os chefes aí pra liberar professor....

No mais é isso. A torcida já teve toda a paciência do mundo, muito mais do que qualquer outra torcida, mas a hora da cobrança vai chegar e bem ou mal meu amigo, na sua conta há uma dívida com a gente também. É uma chance extraordinária de fazer a torcida ficar do seu lado, acreditando no seu trabalho e mesmo que mais da metade da galera não tenha apoiado sua volta ao comando, é óbvio que vamos apoiar sim, mesmo estando longe de ser o que a maioria queria.

Chance de ouro Mário para mudar isso e entrar não só na história do nosso amado Clube Atlético Paranaense como no coração de seu apaixonado torcedor. Boa sorte e olhe, segue algumas dicas dessas aí, beleza?

ARREMATE

“O fácil é o certo.” essa frase é atribuída a Chung Tsu, pensador chinês do século III a.C.


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