Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Alta tensão

14/08/2008


“Ninguém mais quer errar... nem se pode errar.”

O trecho acima da coluna “De corpo e alma”, do dia 06 de agosto, escrito por Luciana Pombo, rendeu meu elogio e meu reconhecimento. De fato cada erro, daqui para frente, será como uma espécie de estopim ao Atlético. Ou melhor, os erros nem devem ser tão exagerados em um clube do tamanho do Atlético. Ninguém mais quer errar porque todos sabem quais são as suas responsabilidades perante os fracassos do Atlético. Não se pode errar porque chegamos ao limite. Ao limite de nossa paciência e ao limite dos equívocos internos do nosso clube.

É obrigação não se errar mais. Como no futebol o risco faz parte da estratégia, a diretoria do Atlético optou por Mário Sérgio e ofereceu ao novo técnico a missão de “salvar” o Furacão da série B em 2009. É um risco, um baita risco!

Mário Sérgio chega como um alento ao torcedor atleticano. O mesmo torcedor atleticano que não tem memória curta e que carrega algumas mágoas pelo fracasso do Atlético no passado, causado em partes diretamente pelo professor Mário Sérgio. Nem por isso o novo Mário deixará de ser apoiado pela massa rubro-negra. Portanto, Mário Sérgio a partir de agora tem a obrigação de acertar. Segundo ele, três pontos são essenciais para a ascensão do Atlético: o apoio de Moraci Sant’Anna, o empenho de seus jogadores e a força da torcida. Dos três, dois estão em aberto, pois o que tem carregado o Atlético nas costas ultimamente é apenas a força da sua torcida. Aliás, este é o único fato comprovado, o resto é dúvida e mistério.

Bob Fernandes precisou de algumas rodadas para conseguir obter a intolerância e ser demitido. Foi justamente xingado pela torcida atleticana, que bondosamente até lhe deu uma colher de chá e votos de confiança por um bom tempo. Ao contrário de Bob, o novo Mário já chega com a corda no pescoço e com a importante missão de revolucionar o futebol do Atlético. Um erro pode bastar, dois podem causar estrago, mas três podem ser fatais. Além de não termos o tempo como nosso aliado, já não temos mais estômago para os mesmos discursos e os mesmos erros.

Receba aqui o meu apoio, Mário Sérgio. Boa sorte, e lembre-se que nosso momento é de alta tensão. Os tempos mudaram, e por aqui, como disse Luciana Pombo, não se pode mais errar.


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