Fernanda Romagnoli

Fernanda Romagnoli, 51 anos, é atleticana de coração, casada com um atleticano e mãe de dois atleticanos. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.

 

 

Casados contra solteiros

13/08/2008


Olha, já que está todo mundo brincando dentro do CAP, só um pouco de humor para preencher esse vazio que estamos sentindo. Porque vamos falar honestamente, nem aqueles jogos do tipo “casados contra solteiros” é tão enlouquecedor quanto o jogo contra os bambis mirins foi. Pelo menos pra mim. Começo a achar que aquele vazio do qual falei, na real, vem da fome de bola, de gol, de meio-campistas e atacantes de verdade. Mas isso é “chover no molhado”. E como chove!

A gente pode ficar aqui conjeturando. Falar do elenco, por exemplo: Eu, e todos os colunistas já falamos mesmo sem combinar pauta. Todos os jogadores que nos dão nos nervos já foram citados. É que a perplexidade atual é incompreensível visto que, de verdade, este time não deveria ser ruim. Mas é. E até agora, nada adiantou. E aí que eu penso: ou o pessoal do Atlético sabe muito de futebol, ou todo torcedor não sabe nada de futebol, ou como a gente não tem visto muito futebol, ninguém sabe de nada. Se o caso for do Atlético saber muito de futebol, deve ser um lance de gênio, algo tão espetacular que ninguém entende. Mas vamos para outras elucubrações.

Poderíamos nos fixar nos tempos em que o Mario Sergio não era bem vindo entre nós. Mas aí, no nosso “casado contra solteiros”, lembramos que, invariavelmente, você acaba tendo que escalar aquele cunhado mala que é, infelizmente, a melhor opção que seu time dispõe no momento. Tudo bem né? Entre o possível e o desejável, ficaremos com o possível.

Podemos ficar torcendo para que o ex-preparador físico da seleção seja a fada madrinha que transformará simples camundongos em velozes cavalos de coche e depois, torcer mais ainda para que a meia-noite demore o suficiente para que a linda carruagem não vire abóbora e as camisas a quais tanto amamos (exceto a três, no meu caso) virem trapos e farrapos. É aí que me dá certa angústia.

Estamos na metade do suposto baile, e parece que todo mundo está tranqüilo entre os anfitriões. Enquanto isso falta comida e bebida (que dá aquele vazio), o rei está caindo em descrédito, e os responsáveis pela animação são tão desafinados quanto a cabeluda da banda que tem nome de sorvete (desse sorvete, só maiores de trinta é que vão lembrar...).

Ainda assim, o povo comparece. Verdadeiros súditos. Vão ao baile, cantam, dançam, às vezes até passam da conta. Fim de festa? Talvez. Não podemos esquecer que o limite da tolerância está sendo atingido. É um passo antes da desobediência civil ante a “lei” que determina ser proibido falar mal do clube. Se você faz isso, não é torcedor de verdade. Balela! As pessoas, tão diferentes entre si, estão chegando ao mesmo ponto: O que é isso? O que está acontecendo? Ninguém está nos prestigiando? Questionam-se.

Misturei tudo, é verdade. Coitados dos jogos de casados contra solteiros que acontecem por aí. Tem uns até bem animados. Se não jogam nada, pelo menos se divertem e divertem quem foi “perder” seu tempo a assistir partidas bisonhas. Não era para ser o nosso caso.

E se algum personagem desta coluna maluca quiser me chamar de louca. Fique à vontade. Só peço que o faça em campo, marcando gols e ganhando jogos, por favor!


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