Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Moendo as Panelas

12/08/2008


Qualquer atleticano tem resistência ao nome de Mário Sérgio. Foi muito sofrida aquela final do Paranaense de 2004, quando o treinador preteriu o artilheiro Washington por 135 dos 180 minutos da decisão. Quando, na primeira partida, inventou ao escalar o volante Vanderson, que não vinha atuando, e colocar Alessadro Lopes como lateral-direito. Pior foi sacar Jádson no jogo final, recuando o time, que cedeu o empate aos coxas, que, pela primeira vez, fizerem a festa dentro da Baixada. Não é exagero dizer que as trapalhadas de Mário Sérgio foram as maiores causas para a perda do título.

Assim como não é exagero elegê-lo como um dos maiores responsáveis pelo título de 2001. Não só por ter "montado" o time, como bem observado pelo colega Sérgio Tavares (parabéns atrasado pelo aniversário, meu nobre!). Mas principalmente pela forma como administrou o convívio dos jogadores, que se uniram em busca da conquista.

O colunista Adroaldo Guerra Filho, do jornal Zero Hora, escreveu uma crônica interessantíssima (leia aqui) descrevendo como ele seduziu os jogadores por um objetivo maior. "Bicho é prêmio pra quem não gosta de ser campeão", provocou. Os boleiros refletiram, assumiram o compromisso, maneiraram na noite, focaram-se no trabalho e o resultado todos sabemos.

Antes de 2001, o Atlético era aquele time emergente, que emplacava boas campanhas em nível nacional e internacional, mas escorregava em momentos decisivos. O que faltava era justamente um pensamento grande por parte dos jogadores, de acreditar, se unir, e lutar por uma conquista que mudaria suas vidas.

Hoje, é nítida a falta de coesão no elenco atleticano. Os rumores são fortes de que há panelas fechadas, o que dificulta a articulação em campo e deixa aflorar ainda mais o pensamento pequeno de alguns jogadores. Creio que é este o motivo que fez nossa diretoria escolher por Mário Sérgio: desmanchar estes subgrupos e fazê-los acordar para a vida, mostrá-los que o Atlético é quem paga seus salários e todos devem jogar, juntos, honrando sua camisa.

Se o novo treinador conseguir "fechar" este grupo e fazê-los jogar com tesão, certamente conseguiremos alcançar o objetivo atual (que, infelizmente, é escapar do rebaixamento, não dá para negar). Se fizer este grupo se unir, uma ou outra substituição maluca não deve prejudicar seu trabalho.

Mas, Professor, dá uma maneirada nas "invencionices", beleza? No mais, estamos fechados com o senhor, chefe!


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