Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

O calvário se aproxima

11/08/2008


Parece que a proximidade da segunda divisão não assusta os dirigentes atleticanos. O presidente Petraglia dias atrás disse não estar preocupado se o time cair para a segunda divisão, disse que isso é do jogo, onde descem quatro e sobem quatro. Que discurso bonito, não é mesmo? Queria eu ter a mesma calma e paciência do nosso mandatário.

Roberto Fernandes já se foi, ninguém ainda assumiu o seu posto. O atual técnico do Furacão, Tico, não tem como conduzir o time e mantê-lo na primeira divisão. O problema do Atlético não está no comando do time, está no elenco. O time é fraco e padece de bons jogadores, vamos sofrer até a última rodada do returno. Só espero não ver a torcida atleticana chorando nas grades se esse time cair. Não existe cena mais deprimente e lamentável do que esta, ver um torcedor chorando pelo seu time enquanto os jogadores não estão nem aí para o que está acontecendo.

Lógico, por que os jogadores vão se preocupar se o Atlético é um verdadeiro balcão de negócios? Quem consegue emplacar três ou quatro temporadas seguidas no Rubro-negro? Os bons logo se vão e os fracos ficam até serem emprestados para qualquer time da segunda divisão.

O rendimento do Atlético no primeiro turno deste Brasileirão não chega a assustar, o time nunca joga nada mesmo na primeira parte desta competição. Vira a tabela e começa aquele desespero. A corrida por três pontos parece que não acaba nunca e parece que cada jogo não valem os mesmos três pontos do início do campeonato, mas sim seis, nove ou doze pontos, dependendo da combinação de resultados. Torcer para quem está abaixo do Atlético na classificação perder já faz parte do dia-a-dia do torcedor atleticano, mas adianta alguma coisa torcer contra os outros se quem está a nosso favor não se ajuda?

O Calvário se aproxima! As trevas se aproximam! Está na hora de darmos um basta. Chega de palhaçada, chega de passar a mão na cabeça dos jogadores. Ainda temos um turno, um único turno, mais 19 jogos para deixarmos o inferno para outros times. Quem irá chorar no final do ano não me interessa, o que eu quero é um time que jogue futebol, um time com raça e com vontade. Chega de desculpas esfarrapadas. Chega dos mesmos discursos, que o time é jovem e que não tem experiência. Chega de tomar gol idiota e depois ficar lamentando mais um resultado negativo.

A diretoria do Atlético que se mexa enquanto é tempo, antes que a morte bata na porta do Atlético e leve toda a bela estrutura do CT do Caju, a Arena da Baixada e toda a pompa do marketing atleticano para o quinto dos infernos, ou seja, para a segunda divisão do futebol brasileiro.

Sul-americana

Amanhã começa a quarta e última competição do Atlético em 2008. Até agora somente colecionamos fracassos: um vice-campeonato Paranaense, uma desclassificação bisonha na Copa do Brasil e um primeiro turno de doer no Brasileiro. Como o São Paulo vem com o time reserva do reserva o resultado esperado não pode ser outro que não seja a vitória. Qualquer outro resultado será considerado como negativo e cairá como uma bomba no colo do time, dos dirigentes e da torcida.

Não quero sair mais uma vez do Joaquim Américo com aquele horrível sentimento de que tudo poderia ser melhor, se houvesse no mínimo um pouco de vontade e um pouco de comprometimento de todas as partes.

Um jogo contra os bambis é sempre um jogo recheado de emoções, a torcida atleticana fará a sua parte e irá empurrar o time os noventa minutos, mas como em um relacionamento amoroso, ela só irá funcionar se a outra parte lhe estender as duas mãos, portanto, jogadores atleticanos, façam a sua parte dentro de campo que a festa nas arquibancadas estará garantida.


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