Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Cerveja

06/08/2008


É uma morte anunciada. Saber de antemão que hoje será o último confronto do rubro-negro em casa podendo estar acompanhado da loira gelada (já que a loira quente estará sempre por perto) é dose pra leão! Cerveja e futebol é uma combinação feita para dar certo. Futebol, mulher e rock´n roll, como diria a banda Dr. Sin. No estádio ou no conforto do lar, uma cerveja com o bom e velho futebol sempre se casaram perfeitamente.

Lá no Abranches, quando o cachorro tem pulga, a gente mata a pulga, não o cachorro! Saudades do tempo em que a juventude era mais engajada, puxando gritos, palavras de ordem e quando se criavam slogans, como “é proibido proibir”. No Brasil primeiro se proíbe, antes dos direitos as obrigações, a severa mão da lei que infelizmente não trata os iguais tão iguais como outros iguais primeiro reprime, depois educa. Melhor não poder nada, depois vemos o que faremos!

No Estado de São Paulo há uma lei que disciplina a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol e a violência continua cercando os embates. É inegável os malefícios do excesso de álcool nas pessoas, não só dentro do esporte, mas na vida das pessoas tornando pais de família violentos, encorajando os briguentos nos bares e agora, com o advento de uma lei mais severa para quem insiste em dirigir embriagado, vemos diminuir o índice de acidentes com gravidade, geralmente fruto de motoristas embriagados. Mas proibir completamente o cidadão de beber sua cerveja em seu momento de lazer e diversão, é justo?

É justo proibir o todo, toda a coletividade tendo que fazer algo cujas conseqüências maléficas se apegam a alguns? Por que não prendem os arruaceiros, bêbados ou não, alcoólatras ou meros bebuns que perturbam a ordem ao invés de penalizar toda a coletividade? A cerveja está intimamente ligada ao sublime momento de descontração do torcedor, o gole aqui, o gole acolá, o “10zão” de cada um para cada rodada de busca da cerva no bar do estádio são ingredientes que temperam os jogos quer seja na Baixada, no Couto Pereira ou Vila Capanema.

Jogo de futebol sem cerveja, ainda mais este frágil time atleticano em campo vai ser dose! Não quero e nem preciso encher a cara, mas afogar as mágoas da vida, um momento de tristeza que o time proporciona ou a alegria incontida de uma vitória, saboreando uma boa e gélida cerveja com certeza são prazeres únicos que infelizmente nos serão tirados a partir de hoje. Tenho esperança que a questão será revista.

Viva a cerveja nos estádios do Brasil!

ps. se vale como sugestão, me perturba muito mais os fumantes que ficam no estádio que as pessoas que bebem cerveja. Já que a onda é proibir, que proibam também o fumo que prejudica não só o fumante como quem está ao lado. Se é para editarem normas ridículas, ridicularizem-se de vez.

ARREMATE

“E não quero cinema também/
Só quero churrasco/
E cerveja na veia/
E tudo isso é aqui mesmo que tem.”
CERVEJA NA VEIA– Velhas Virgens.


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