Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Valeu, Berg!

05/08/2008


Amigos atleticanos, está no nosso hino, é o nosso lema: “o coração atleticano estará sempre voltado, para os feitos do presente e as glórias do passado!”. Por isso, hoje peço licença a todos para relembrar uma história do passado, que ocorreu há exatos 18 anos.

Era 05 de agosto de 1990. Eu tinha 8 anos e lembro de ter feito birra por vários dias, na esperança de que meu pai me levasse ao tão sonhado jogo do Atlético, à tão esperada primeira final de minha vida. Não deu certo. Mas nem por isso esse jogo deixou de ser importante para mim.

Eu estava em minha casa, no Água Verde, a poucas quadras da Baixada, e um ritual me acompanhou nos 90 minutos de jogo. Às vezes, exercito bastante a minha memória, mas não consigo lembrar de outro jogo (antes daquele Atletiba de 05 de agosto de 1990) em que eu tenha acompanhado todos os detalhes da partida. Sozinha, em frente ao rádio, imaginando cada lance (que naquela época eu nem entedia direito), imaginando cada detalhe da torcida, com o corpo em minha casa, mas a alma e o coração lá no estádio Couto Pereira, no meio da torcida atleticana!

O gol contra de Berg, aos 26 minutos do segundo tempo, está gravado em minha memória até hoje. E em dose dupla: primeiro o gol do jeito que eu imaginei (e que não consigo descrever, até porque minha imaginação transformou o lance em muito menos bizarro do que ele realmente foi) e segundo o gol real, visto horas depois pela TV, e que é a imagem clara da minha primeira grande alegria como atleticana, do meu primeiro título comemorado, do primeiro grito de “é campeão!!!!” que pude gritar – e que depois, felizmente, gritei várias outras vezes.

Mais do que o gol, lembro da comemoração aqui em casa, com minha mãe e meu irmão, num misto de euforia, apreensão, nervosismo, alegria. Os fogos de artifício aqui perto de casa faziam a contagem regressiva para a grande emoção da minha vida. E como o relógio demorou para passar depois do gol do título! O tempo teimava em não fazer terminar o jogo e eu continuava ali no meu ritual: sentada na cama de meus pais, colada no rádio do meu pai, olhando fixo para o nada, imaginando cada detalhe da partida narrada pelo radinho. No apito final do árbitro, um misto de gritos, choros, pulos, abraços e muita comemoração me fez ter uma certeza: era isso que eu queria para mim, para sempre!

No outro dia, na escola, pela primeira vez pude sentir na pele o delicioso gosto da vitória. Chegar na sala de aula com aquele sorriso maroto, de canto de boca, e olhar fixamente nos olhos dos coxinhas derrotados, que envergonhados não sabiam o que fazer. Rir dos amigos coxinhas foi lavar a alma e ter a certeza que valeu a pena cada um daqueles 90 minutos de fixação total apenas no Atlético.

Lições de um passado, de uma vida atleticana. De lá para cá muita coisa mudou. O Atlético mudou, os amigos da escola que torciam para o Coxa (pasmem!) mudaram de time (né, Carlos) e se tornaram paranistas (pasmem novamente!). O que não mudou foi esse sentimento maluco que o Atlético proporciona na gente, esse misto de euforia, apreensão, nervosismo, alegria.... que se repete a cada jogo, seja final de campeonato ou amistoso. Se a camisa Rubro-negra está em campo, é o Atlético, a nossa honra, a nossa vida que está lá com ele.

E é por isso, simplesmente por isso, que jamais vou permitir e admitir que se faça pouco caso do Atlético. Jamais vou admitir ver jogador entrar em campo com a nossa camisa totalmente descompromissado com a vitória, pisando e sujando o nosso clube, a nossa história, a nossa vida. Respeito, vontade e raça são o mínimo que se pode pedir a quem quer que seja que esteja vestindo as nossas cores. Neste caso, nenhum fim justifica o meio.... nem mesmo se o objetivo era derrubar treinador.

Hoje, 18 anos depois da histórica final do Paranaense de 1990, do antológico gol contra de Berg na final do campeonato, dedico este texto a: Marolla; Valdir, Leonardo, Heraldo e Odemílson; Cacau, Gilberto Costa e André (Osvaldo); Carlinhos, Dirceu e Rizza (Serginho). Heróis da minha primeira conquista como atleticana. E que ganham a companhia do herói Berg, que me deu a primeira excelente sensação de ver o meu time em primeiro. Muito obrigada!!!!!

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Revolução

A segunda-feira foi movimentada no Atlético. Além da esperada demissão de Roberto Fernandes (que eu acredito ser um bom técnico, mas que não se encontrou neste elenco atleticano), Maculan e Antonio Carlos Gomes também deixaram o clube. O bom é ver que o Petraglia voltou a ser o Petraglia. O Petraglia impulsivo, o Petraglia determinado, o Petraglia que dá um basta! Este não é apenas o Petraglia que a gente quer.... é o Petraglia que a gente precisa!!!!

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Lindo!!!!

A torcida atleticana é a coisa mais fantástica que já vi em minha vida. Domingo, contra o Botafogo, cantar o hino do clube com o coração apertado foi mais uma prova disso. Muitos xingariam, muitos dariam as costas ao time. O atleticano não! O atleticano sabe que é muito mais que um simples torcedor, ele é a alma, é a vida do Atlético.... por isso, a torcida veste a camisa com amor e mostra que no peito e na raça fará um Atlético muito melhor.

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