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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Sem pretensões
11/08/2003
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Já nos foi informado, inclusive anunciado através do presidente Mário Celso Petraglia, que o Atlético está apenas preparando-se para instalar uma equipe compacta e preparada para competições. Este ano está servindo apenas de testes e a cada rodada o Atlético apenas consegue sustentar as colocações do meio para baixo da tabela. Pouco, muito pouco para um clube que possui uma estrutura fantástica e um dos estádios mais badalados do mundo.
Ainda com base nas palavras do nosso presidente, ele não nos prometeu nada para este ano, nem o título e nem as primeiras colocações, dizendo-se apenas administrador e não conhecedor dos assuntos relacionados ao esporte dentro das quatro linhas. A partir desta péssima fase que vive o Atlético hoje, o presidente utilizou como argumento a promessa de ampliar o centro de treinamentos e concluir a Arena. Não estou aqui para criticar o presidente ou culpá-lo por este clima negativo instalado da baixada, mas tenho certeza de que assim como eu, o povo rubro-negro trocaria as duas promessas citadas por um elenco forte, um futebol aguerrido e pretensões de um bi-campeonato brasileiro.
O que observamos hoje é um Atlético muito diferente dos anos anteriores, um time sem preparo técnico, sem muitas qualidades individuais, sem espírito de luta e com raras intenções de vitória. Em outras palavras, o Atlético joga atualmente o famoso “dá pro gasto”. O jogador parece que entra em campo incumbido de apenas fazer o necessário, nada mais, afinal, para que fazer mais? Venceu o clássico contra o Paraná por uma questão de honra e obrigação, mas continua sem vencer fora de casa, mesmo os jogos contra times que estão à beira de um ataque de nervos.
Temos um ponto positivo e que joga a favor do Atlético sempre, o fato de hoje sermos um clube muito respeitado, principalmente dentro da Arena. A imagem real que o Atlético transmitiu ao país é a imagem da força, da estratégia e da superação. Temos uma estrutura invejável e uma torcida espetacular, que chega a arrepiar até a torcida adversária. Por isso, mesmo que o nosso rival esteja entre os primeiros e o fraco tricolor a nossa frente na tabela, temos o privilégio de sermos, no Estado do Paraná e no Brasil, o clube mais temido e respeitado da capital.
Tivéssemos um pouco mais de brio, um trabalho psicológico mais aprofundado este ano e pessoas que entrassem em campo determinadas a vencer, a história poderia ter sido escrita de forma diferente. O maior objetivo do Atlético é fazer a lição de casa, espantando assim o fantasma do rebaixamento. Assim, continuaremos entre os últimos na tabela e terminaremos em uma incômoda colocação, fato lamentável para um clube como o Atlético. E se mesmo dentro da Arena essa consistência começar a se quebrar, podemos nos ajoelhar e começar a rezar.
Por último preciso fazer um apelo ao nosso presidente Mário Celso Petraglia:
- Caso seja contínua a sua gestão para o ano de 2004, por favor, não nos prometa nada diferente do título brasileiro. Se for preciso, deixe o CT como está e adie a conclusão da Arena, e invista em elenco. A emoção de um título é muito maior do que a comodidade e a luxuria, e o atleticano não vive de aparências, e sim de paixão.
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