Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Impressionante

25/07/2008


Chega a impressionar como um time profissional mais erra do que acerta passes, fundamento básico e primordial de qualquer esporte coletivo com bola. Não consigo, e me esforço apesar de ser meio burrinho, entender como um clube tão moderno nisso, vanguarda naquilo, estruturado, com dinheiro em caixa como vimos em matéria ainda essa semana consegue fazer um campeonato tão abaixo da crítica.

Impressionante é termos o melhor Centro de Treinamentos de toda a Galáxia Sideral dos Universos Astrais do Mundo (e região metropolitana) e exceção feita ao bom menino Rhodolfo, não revelarmos ninguém de nível técnico aceitável em anos. Como toda a estrutura e tecnologia de um CT inchado de funcionários, campos, centros de cinemática e demais parafernálias do cientista russo não consegue nos dar um time com preparo físico adequado. Se antes superávamos adversários até mais fortes no físico, na superação mesmo, hoje sequer fomos iguais aos demais times, pois é notório nosso baixo rendimento a partir dos 15 da segunda etapa.

Impressiona-me ainda comparar que quando o Atlético era menos perfumaria, quando a preocupação do rubro-negro era basicamente com o futebol e o CT era ainda “incompleto” nossos resultados em campo, que é onde interessa verdadeiramente, eram infinitamente melhores que agora. Isso é um paradoxo difícil de compreender : menos estrutura= melhores resultados X mais estrutura = resultados patéticos!

Impressionante a falta de gana, de vontade de vencer, de garra e vergonha na cara desses jogadores que usam o Atlético como mero trampolim, pois sabem que mesmo sendo umas nabas o tino comercial dos donos do Furacão ainda farão bons e lucrativos negócios com eles. O descompromisso, falta de tesão, de respeito com a camisa rubro-negra, com a sofrida porém participativa nação atleticana destes pseudo profissionais parece não ter fim. Em casa até correm mais, sentem a pressão e a falta de vontade ficaria mais óbvia que quando somente vimos pela TV.

Impressiona-me ver que Roberto Fernandes já foi pré-julgado, que a imprensa e parte da torcida já não gostaram dele desde sua chegada, mas o moço também não se ajuda! Inventa demais, tem discurso batido e como se diz no interior, já não tem mais garrafa vazia pra vender. O turno está acabando, não sei se o Atlético já tomou conhecimento disso e perigosamente ficaremos nesse flerte com o rebaixamento até a direção trazer de três a quatro jogadores de sabida qualidade técnica, um treinador de gabarito e ainda arrumar mais alguns quebra-galhos para cobrir a lacuna dos jogadores que inevitavelmente serão negociados no mês que vem.

Impressionante é a rotina de derrotas, a repetição de erros, a mediocridade em que o Atlético se meteu. Vivemos um ciclo vicioso de derrotas, temos no comando um mito perdedor que desde que isolado no poder nos ofereceu um estadual em casa, em contrapartida aos únicos dois títulos que nosso rival conquistou dentro do sagrado gramado do Joaquim Américo. Impressionante como o Atlético está se escondendo dentro de seus próprios erros.

Ao Atlético o conselho que o sobrevivente John Lock dá ao médico Jack Sheppard no seriado Lost quando este se prepara para voltar ao continente: ” se você mentir menos para si mesmo vai achar o que tanto busca” .

ARREMATE

“Você foi!
A mentira sincera/
Brincadeira mais séria/
Que me aconteceu”
OUTRAZ VEZ– Roberto Carlos


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