Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Ai que bom seria...

13/07/2008


...se o Geninho voltasse algum dia!

Não, não participei do coro que pediu, mais uma vez, a volta do comandante do título de 2001. No entanto, apóio essa iniciativa. Quem me conhece sabe que sempre olhei com desconfiança esse tipo de pedido, apesar de entender e achar extremamente justificável essa aposta do torcedor no comandante de nossa principal conquista. Minhas dúvidas jamais foram na capacidade de Geninho, mas sim na capacidade do time do Atlético. Sempre defendi ser temerosa uma possível volta de Geninho, pois isso poderia representar a quebra de uma mágica perigosa: e se a fase ruim fosse com ele, a quem iríamos recorrer? O Geninho sempre foi uma espécie de amuleto da torcida atleticana, o pé de coelho para nos livrar das más fases e nos conduzir para caminhos vencedores, tal qual foi em 2001. E se ele não conseguir?

No entanto, neste momento é necessário se quebrar paradigmas. E por isso, apóio uma eventual volta de Geninho. Primeiro porque é notório: lamentavelmente, o bom Roberto Fernandes não deu certo aqui (assim como o bom Ney Franco também não deu). E a falta de bons nomes disponíveis no mercado abre uma oportunidade interessante: a volta de Geninho.

Além do não-encaixe de Roberto Fernandes no Furacão, pesa pró-Geninho o fato de o Atlético ter um elenco mediano, capaz de ter um desempenho muito melhor que o obtido até agora por Fernandes. O clube foi ao mercado, contratou jogadores bons, reforçou o elenco – tanto que a maioria das peças novas já é titular (e os que ainda não são é porque ou estão no Departamento Médico, ou porque ainda não puderam estrear). Não temo como negar que o Atlético de Roberto Fernandes é muito mais forte que o Atlético de Ney Franco. Contratações foram feitas, a meu ver acertadas, em posições carentes no time e com nomes que não são “Zés ninguéns”. Ou seja, não será necessário tirar “água de pedra” no elenco, apenas acertar um esquema tático, definir um 11 titular e buscar na força do elenco uma reação no campeonato.

Ainda dá tempo de salvar o ano, conseguir uma recuperação no Brasileiro e sonhar com uma boa participação na Sul-Americana, essa sim, a competição que o Atlético deverá brigar para ganhar em 2008. Mas para isso precisamos de organização tática, de esquema de jogo. Quando Roberto Fernandes chegou e disse “comigo treino é jogo, jogo é guerra” cheguei a me animar: enfim teríamos um treinador que pensa como eu! Pena que me enganei: o time do Roberto Fernandes é apático e se o jogo fosse uma guerra já teríamos sido vencidos há muito tempo. Sorte que no mundo do futebol, cada batalha recomeça a cada rodada e nessa guerra ainda temos algumas rodadas para nos recuperarmos. O que não dá é para deixar o campeonato seguir, continuar perdendo pontos bobos, em erros tolos, e ficar com cara de “tô nem aí”. Isso sim seria o nosso fim.

Por isso, engrosso mais do que nunca o coro: “ai que bom seria se o Geninho voltasse algum dia!" E que esse dia seja já, aqui e agora. Mais do que uma normal mudança de treinador, a volta de Geninho representaria o retorno de uma época em que sonhamos e conquistamos. Uma época em que fomos felizes – e sabíamos!

Esqueceram de mim?

Um último registro: achei estranho a torcida atleticana não ter saudado o Marcão no jogo deste domingo. Rei da raça, Marcão sempre foi um exemplo de jogador enquanto esteve no Furacão. Jogou com atitude, com coragem, honrando a camisa atleticana. Por isso, merece eternamente um lugar na galeria dos heróis atleticanos.


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