Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

Moleque pé quente

05/07/2008


18h23. Finalmente, para o meu pequeno Vitor, o jogo entre Atlético x Santos começou. Desde ontem (sexta-feira) ao meio-dia ele espera ansioso pelo jogo. Quando cheguei em casa com o ingresso ele ficou maluco. Já colocou a sua camiseta da Fanáticos e começou a fazer seus gols na garagem.

Exatamente às 13h30 de hoje, o grande dia para meu filho, ele já estava pronto para ir ao jogo. Devidamente uniformizado, o moleque me perguntava de 10 em 10 minutos se estava na hora de rumarmos para o nosso Templo Sagrado. De tanto me perguntar e eu responder que ainda não estava na hora, ele cansou. Deitou para assistir alguns desenhos, mas de tempos em tempos gritava lá do quarto:

- Pai, vamos pro jogo, não ta na hora ainda?

Eu, calmamente, respondia a ele que ainda não era chegada a tão esperada hora. Quando comecei a me arrumar logo depois das 16h00 o guri não se conteve, nada servia, estava inquieto e me perguntava que horas iríamos sair de casa. 16h30, essa era a hora de sair. Fomos para a casa dos meus pais. Pegamos meu pai e meu irmão e finalmente a hora do jogo se aproximava na cabecinha pensante do meu pimpolho.

Quando chegamos ao Prajá, meu filho já queria subir, achava que o jogo já ia começar. Subimos, nos acomodamos e ali começou o maior show da Terra. Primeiro ele comeu, se deliciou com algumas bolachas e tomou seu suquinho de morango, depois foram às batatas fritas e finalmente a partida estava para começar.

O jogo começou e com ele começaram os comentários mais lúcidos que um pai poderia ouvir de um filho no auge dos seus 4 anos. Ele queria saber de tudo, o nome de todos os jogadores, me falava que o número 6 pegou a bola com a mão, que o número 9 não fazia gol e que o número 7, 8 e 10 estavam jogando muito bem. Ele falou o jogo todo, parecia o famoso e lendário homem da cobra.

Mas a pérola do jogo saiu pouco antes do gol salvador do MONSTRO Alan Bahia. Sim do MONSTRO grafado em letra maiúscula e em negrito. Por tudo que este jogador passou e pela sua superação o adjetivo monstro de forma alguma representa algo negativo, mas sim, representa força, garra e superação. Meu filho olhou dentro dos meus olhos e disse:

- Pai, esse time tem que pensar, tem que pensar com a cabeça.

Eu quase enfartei na hora. Meu Deus, de onde ele tirou isso, pensei comigo? Segue o baile, concordei com ele e logo o gol saiu. Na jogada do gol, ele subiu na cadeira antes do lateral Nei alçar a bola na área, ergueu seus braços e quando a bola encostou na rede do Santos ele gritou, pulou no meu colo e me beijou, gritando:

- Pai, gollllllllllllllllll do Atlético, Pai. Agora a gente está ganhando.

Quando o jogo acabou, ele voou nos meus braços novamente e finalmente comemoramos a vitória, nos abraçamos, nos beijamos e tive uma única certeza. A família Toaldo, por pelo menos mais uma geração, está em ótimas mãos. Meu filho, Vitor, se ainda não é, será muito mais fanático que eu.

Quero fazer um agradecimento público aos meus amigos: Gustavo, Walter, Rogério Andrade e família, Ernani e Thabata, Priscila e Leonardo, Benerson e Juliana, meu pai, Silvio e meu irmão Rodrigo. Estas pessoas acompanharam a minha tarde, viram estampadas em minha face um dos dias mais felizes da minha vida. Ter meu filho em meus braços dentro da Arena da Baixada, ver ele vibrando, gritando, cantando e comemorando um gol do Furacão não tem preço.

Obrigado a todos, pela força, carinho e incentivo. Segue o baile e domingo que vem estaremos novamente reunidos para ver o Rubro-negro encarar o colorado gaúcho. Mas não esqueçamos que na quarta-feira vamos ao Maracanã encarar o lanterna Fluminense.


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