Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Tenha fé

30/06/2008


Calma aí, gente! Não farei nenhuma analogia ao filminho água com açúcar que leva esse mesmo nome. Na verdade, "Tenha fé" foi uma "chamada" que a minha consciência acabou de me enviar...

Às vezes, precisamos de uns puxões de orelha, pois o tempo vai passando e a gente acaba deixando de lado a inocência, racionalizando demais e, em virtude disso, acabamos perdendo a nossa fé.

Vamos percebendo que, assim como outras coisas, o futebol não é tão romântico como gostaríamos que fosse e, principalmente, que existem interesses muito maiores do que simplesmente fazer uma torcida feliz.

Tenho percebido essa mudança em mim, principalmente no meu estilo de escrever, pois meus textos estão cada vez mais críticos, desesperançosos e até mesmo sem inspiração. E justo eu! Que sempre me intitulei um ser passional, uma pessoa positiva e movida pelo meu amor incondicional ao Atlético.

Mas juro que não quero me deixar levar por essa onda de desilusão: prefiro não abrir meus olhos e simplesmente confiar. Quero voltar a acreditar que se jogássemos até contra o Real Madrid sairíamos vitoriosos, sobretudo se a partida fosse em casa. Afinal, que graça tem em reconhecermos que esse time do jeito que está não irá muito longe?

Pois bem, hoje estou dando-me o direito de ter fé. Ou melhor, de manter a minha fé, aquela que não abandona o torcedor nem mesmo quando tem um jogador expulso e que o faz olhar para o céu depois de uma cobrança de pênalti como a convertida pelo nosso excelente Alan Bahia.

Terei fé num Atlético com pretensões futebolísticas. Numa equipe sólida e competitiva. Terei fé em títulos, que disputaremos novamente uma Libertadores da América e, até mesmo, que me endividarei indo ver o Furacão em Yokohama.

Terei fé que não tomaremos mais gols idiotas ao apagar das luzes. Assim como terei fé que o Marcelo Ramos vai acordar pra vida ou "pedir pra sair". E, principalmente, fé de que nunca mais sairei da Arena com a cabeça baixa como aconteceu na noite de ontem.

A você também caro leitor: Tenha fé!


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