Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Conforme a realidade

20/06/2008


Se por um lado concordo que o homem é do tamanho de suas aspirações e que temos sim que termos algum tipo de ambição para alcançar os objetivos, sei que pés no chão e uma boa dose de prudência se fazem necessárias. Uma mescla disso, sempre com o uso do bom senso, podem nos ajudar nas conquistas.

Ouvi e li muitas críticas sobre as últimas contratações do Atlético Paranaense. Se por um lado muita gente achava absurdo o rubro-negro ainda não ter assinado contrato com o meia Kelly, que é uma jóia em nosso CT e que seria um desperdício deixá-la escapar entre os dedos, por outro lado vejo críticas por terem praticamente acertado com ele, afirmando não ser ele mais o craque de outrora, muitas vezes machucado e que não joga bem já há anos. Agora a questão é com o Rafael Moura, já defenestrado por alguns, tido como eterna promessa e que não será ele que irá fazer os gols que tanto nos fazem falta. As críticas partem, em geral, dos mesmo que criticavam a inércia da direção, a acomodação e demora em se trazer alguém para jogar junto ou ao menos fazer sombra para o veterano Marcelo Ramos.

Senhores, quem vocês queriam que viesse pro Atlético? Tirar Washington do time que em breve fará a final da Libertadores? Fernandão, que após anos e mais anos como lenda viva, como a encarnação do espírito colorado deixa o Internacional em busca dos Petrodólares? Ou quem sabe Ronaldinho, que não está mais nos planos do Barcelona e poderá escolher seu destino em breve...

Lógico que eu, você, Petraglia, João Souza e até meus compadres Wilsinho ou Rodolfo querem qualquer um dos três, de preferência os três! É possível? Trazê-los e depois, como mantê-los? Ou vamos nos conformar, relegados a segundo plano, a time secundário que fica no meio da tabela?

Nem bem o céu, muito menos o inferno! O Atlético tem capacidade sim de montar equipes competitivas e a vinda de um lateral esquerda que promete, a volta de Ferreira, a permanência dos excelentes Antonio Carlos e Valência e a ótima do gringo Julio Santos darão um novo padrão ao Atlético. A simples mudança no comando técnico no começo do campeonato (e longe de mim achar que Ney Franco era ruim, só não estava mais sendo adequado no momento) mostrou a preocupação da direção em montar um time mais forte que os medíocres elencos dos últimos dois anos. A vontade de acertar ao menos é um alento, não sou Poliana e nem quero tapar o sol com a peneira, mas é clara a intenção da direção em fazer um time mais competitivo.

A perda do estadual de maneira melancólica para o maior rival em casa e vermos a conquista da tão sonhada Copa do Brasil por um time bem montadinho, mas com nada de especial como o Sport Recife serviram de alerta para a direção ver que temos sim que investir em futebol, também apostar, mas mesclar essas apostas com certezas. As saídas e principalmente a não reposição de Ferreira e Claiton durante o primeiro semestre nos custaram muito mais caro que os mandatários rubro-negros imaginavam e agora corremos para recuperar o tempo perdido.

Assim como a torcida que aderiu em massa ao plano Sócio Furacão, a direção também procura fazer sua parte. E juntos meu amigo, já mostramos que somos muito fortes, que nada é impossível para um Atlético unido. Tudo bem, eu também estou meio “sacudo” pelos resultados vexatórios dos últimos anos, mas um pouco de paciência nesse momento de transição, mas uma mudança para cima, uma melhora na qualidade do elenco vão valer muito a pena num futuro bastante próximo, tenho certeza disso.

Quem era Alex Mineiro antes de 2001? E o menino Lucas do Botafogo de Ribeirão Preto? Depois de tantos erros, está mais do que na hora da coisa andar, de dar certo também para o nosso Atlético e quem sabe com Walysson, com Márcio Azevedo, Zé Antonio e especialmente Jean Carlo e Rafael Moura o time não volte a trilhar o caminho das conquistas.

ARREMATE

“Pois é /
Fica o dito e redito por não dito /
É difícil dizer que inda é bonito”
POIS É, Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque.


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