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Fernanda Romagnoli
Fernanda Romagnoli, 51 anos, é atleticana de coração, casada com um atleticano e mãe de dois atleticanos. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.
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Maratona ou corrida de cem metros? O que o Atlético está correndo? Ele está correndo?
Para a prova da maratona é preciso que o atleta esteja consciente do que pode dar de si durante cada etapa do percurso. Aqui cabe um lembrete: a única prova que pode ser chamada de maratona é a que tem 42 km e 195m. Já para a prova de 100 metros o atleta tem que dar tudo de si e ponto. É explosão pura.
O que sei é que para qualquer uma das provas você tem de treinar duro se quiser chegar, e quase de forma desumana se quiser vencer. Por analogia, creio que o Campeonato Brasileiro é uma junção das duas provas, isto é, força e resistência. Quem for melhor, ganha. Não há empates.
Então, podemos associar que o Brasileirão nada mais é do que um monte de corridas de cem metros com a longevidade de uma maratona. Sendo assim, não aceito muito quando dizem que ainda há tempo para nos prepararmos, que o campeonato é longo e blá, blá, blá. Bem, não querendo ser alarmista, em um campeonato de pontos corridos vale a consistência. Isto é, pode ter um futebol mediano e ser campeão. É só tomar por base os dois últimos campeonatos.
O que quero dizer que é bom o técnico, os atletas, a torcida e a diretoria atleticana procurarem uma consistência e uma consciência. Não adianta sonhar com título sem esforço e sem reforços. A contar pelo que temos visto, vamos novamente “brigar” para nos manter na zona intermediária, sobrando uma Sulamericana, que se der, será lucro nas atuais circunstâncias. Vamos continuar alternando bom e mau humor com uma freqüência cardíaca máxima durante o ano. Mas na realidade, se as inconsistências atuais persistirem, vamos nos cansar antes da linha de chegada.
As coisas dão sinais de que vão melhorar, é verdade. Mudança de comando, de esquema tático, reforços, volta do Ferreira e a diretoria praticamente em paz com a torcida. Entretanto, se alguém quiser ver um grande sinal de inconsistência, está aí: “O Clube Atlético Paranaense jogou melhor que a Portuguesa”, disseram alguns comentaristas após o jogo do último sábado. Ou melhor, “Gostei do que vi, apesar do resultado”. Minha gente, a máxima do futebol é bola na rede. Então não adianta jogar bem e não marcar. Buscar incansavelmente o gol é o que importa. Vencer é conseqüência.
Além da falta de entrosamento em geral e a má fase de alguns atletas, ainda temos de ver que alguns fundamentos básicos do esporte estão sendo esquecidos em campo. Então para o próximo desafio, temos de dar tudo de nós. A linha de chegada desta corrida está lá na frente, mas a cada quilômetro é preciso reforçar o objetivo. Na corrida do brasileirão, basta saber aonde se quer chegar e no que cada um pode contribuir.
Nesse ponto alguns jogadores deveriam ter mais consciência daquilo que podem dar de si em campo. Pra fazer drible espetacular tem de ser um Garrincha e o futebol teria de voltar a ser jeito e não força como é atualmente. Como nada disso acontecerá, esquece. Se você é lateral, por exemplo, seus (bons) cruzamentos são essenciais para o ataque, assim como a marcação na volta. É por isso que, em minha opinião, essa é uma posição chave no futebol atual, pois contra-ataque rápido é tudo. Se a gente for ver, é exatamente o que falta ao Atlético. Então, vamos fazer o simples, o básico, cada um no seu melhor.
E se a analogia colou, posso dizer como corredora de rua: o seu ritmo de início dirá como você terminará uma prova. Então moçada, “Vambora” que ainda falta bastante pra deixar nossos adversários para trás.
Corridas de rua
Aproveitando esse espaço, não posso deixar de parabenizar as pessoas que estiveram na corrida do Centro Histórico neste último domingo, 15/06. Outros parabéns para todos aqueles que estiveram lá trabalhando ou torcendo. Frio e chuva não puderam nos parar!
Quero agradecer em especial aos guardas que bloqueiam o fluxo de carro para que possamos passar. Não deve ser fácil ficar escutando grosserias e buzinaço de pessoas que estão com pressa às oito da manhã de um domingo. Logicamente que não menosprezo o fato de alguém estar com pressa a esta hora de um domingo, mas gostaria de dizer que os corredores e os profissionais da logística também merecem respeito.
Eu corro apenas por diversão e qualidade de vida, mas depois que entrei nesse mundo, conheci gente que venceu a obesidade, uma doença grave, a depressão profunda ou apenas a inércia da vida (como por exemplo, uma cama bem quentinha). Então pessoal, gostaria de pedir o seu respeito e paciência. Uma prova de dez quilômetros dura no máximo uma hora e meia e a cada mês, pelo menos em um domingo acontece uma. Não custa nada deixar a moçada correr em paz!
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