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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Panos quentes não!
16/06/2008
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Sábado eu estava de cabeça quente, de saco cheio por esperar três pontos e ver o Atlético sucumbir frente à Lusa. Subir na tabela num momento importante e dar um passo a mais no campeonato brasileiro seria um alento ao torcedor atleticano, que ainda está desconfiado.
Estava entristecido com a falta de poder ofensivo do nosso time e a ausência de ousadia e atitude do time do Atlético. Apático, o Atlético parecia patinar e não encontrar meios para sair do lugar. De bom mesmo, a estréia do atacante Júlio César e o retorno do Ferreira. Só, pois de resto, o Atlético continua sem forças, frágil demais para almejar algum tipo de conquista. É preciso evoluir.
Sábado, mesmo chateado, acompanhei as declarações de Roberto Fernandes. Não gostei. Resolvi não escrever, pois de cabeça quente falamos as verdades, mas às vezes exageramos nas críticas. Então optei por esperar o dia de hoje e ler com bastante calma as palavras do novo treinador.
Roberto Fernandes “ficou satisfeito com o que a equipe produziu, não pelo resultado”. Ora, então o que é que o Atlético produziu? Toque de bola? Posse de bola? Repito, de bom mesmo, apenas Júlio e Ferreira, pois de resto o Atlético continuou esbarrando na falta de competência na finalização e dificuldades em se combater ofensivamente. Otimistas todos estamos, mas não se pode omitir algumas coisas que estão sob os olhos de todos e tentar botar panos quentes.
Quero deixar bem claro que não estou condenando o novo treinador ou tentando encontrar apenas aspectos negativos, muito menos dando uma de corneta achando que tudo está uma desgraça. Mas nós conhecemos e muito bem outros treinadores com estilo “amansa leão” após os jogos. Não se pode omitir ou ser indiferente frente às nossas fraquezas e carências. Futebol se faz assim, com responsabilidades e atitude, não com discursos de que amanhã a coisa vai melhorar.
O Atlético foi mal diante da Portuguesa, que de uma maneira ou outra balançou a rede, levando sorte quando a bola passeou na frente de Galatto e muito mais sorte quando o time que mais esteve com a bola não teve capacidade para furar o bloqueio da Lusa. Faltou ao Atlético uma estratégia para se ganhar o jogo, e isso é fruto de uma equipe que ainda precisa crescer muito até chegar a um estágio ideal.
Roberto Fernandes, antes de qualquer coisa, precisa ser realista. Discurso bonito já não faz mais a cabeça do torcedor atleticano. Que o Atlético volte a ser um time grande dentro de campo, que se imponha e que tenha atitude. Que seja também humilde e corrija os erros, já será um bom passo para convencer o torcedor de que “realmente” as coisas estão mudando.
E que comece no próximo final de semana, contra o Grêmio em Porto Alegre.
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