Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Caminho a seguir

03/06/2008


O Atlético parece passar por uma crise de identidade. Já não é mais tão pequeno que dê dó nos times do eixo, tampouco é rival, como por vezes gosta de se intitular, de um São Paulo por exemplo. Nos últimos anos tivemos a chance de permanecer junto aos principais times do país, quer seja pela estrutura montada que nos deu um up e nos colocou num patamar superior, quer seja pelas revelações e bons times montados, mas inexplicavelmente o clube não só empacou como regrediu na formação de elencos minimamente qualificados.

O Furacão se tornou refém do próprio sonhou que ousou sonhar. Lembro ainda que o fato de jogar contra um Corinthians em casa nos dava orgulho e receber o Vasco dentro da Baixada antiga ou mesmo no gélido Pinheirão nos motivava a semana toda. Hoje o alvinegro paulista joga na segundona e se não vencermos os cruz maltinos em casa entramos em desespero.

O nosso rubro-negro precisa saber exatamente o que quer, pra onde vai e como vai. Times medianos, eternas apostas e caminhão de jogadores dos tais parceiros já não resolvem. Há dois anos a corda aperta no pescoço o clube segue a mesma rotina: perde o estadual que deveria estar no papo, é eliminado em casa por times tecnicamente inferiores na Copa do Brasil ainda em fases pouco agudas, vende divinamente bem alguns de seus principais jogadores, não repõe nem a contento e nem a tempo, fica a perigo, troca treinador, contrata quase uma dezena de jogadores mas somente uns dois ou três de sabida qualidade e já rodados é que correspondem, o time sai do sufoco e ainda pega uma Sulamericana de lambuja pro ano seguinte.

Em suma, os erros são os mesmos e há uma irritante insistência em repeti-los como que num Mantra. Ou o Atlético quer que a lógica de que um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar até que enfim dê as caras pelos lados do CT do Caju.

Nada justifica a apatia encontrada no Atlético desde as finais do estadual. Talvez se justifique a paralisação momentânea pela viagem do mandatório mor Mário Celso Petraglia, mas isso mostra um outro lado muito ruim do clube que seria uma ”petragliadependencia” inadmissível ainda para um clube que se julga e intitula tão moderno e bem administrado.

Se a visão do clube é para baixo talvez notem que não há efetivamente quatro ou cinco elencos piores que o nosso, então segue o trecho, economiza aqui, se precisar mais tarde contrata ou troca lá e segue o baile. Se o pensamento for de se olhar para cima, reparamos que exceção feita a quatro ou cinco times, há um nivelamento muito grande e a vinda de três reforços, jogadores que venham e resolvam poderiam nos colocar sempre entre os primeiros do campeonato, sonhando com uma Libertadores e porque não, até mesmo com o título da temporada ou ao menos da Sul Americana deste ano.

Basta o Atlético redefinir seu foco e ser mais ousado no caminho a seguir.

FERREIRA

Ele quer. Sua família quer. A torcida quase que toda quer. Parece que somente o Atlético não o quer aqui de novo. Incrível, ainda mais com a latente e mais do que provada carência técnica no elenco.

E SOMOS A MAIOR....

Sabe quando aquela prima mais velha e cuja genética lhe privilegiou o físico vem te visitar? Você a protege, exibe junto aos amigos e só dá um sorriso maroto de canto de boca quando perguntam se já teve algo com ela. Nem confirma, muito menos desmente, só sorri. À ela e seus amigos você quer se mostrar!

Os coxas são assim conosco. Tirando Atletiba, quando querem se mostrar pra gente e se mobilizam como numa final de Copa do Mundo, são a mesma torcida chata, quieta e sonolenta como vi ao vivo no jogo contra o Cruzeiro domingo no Couto Pereira. Torcida fria e que em nada ajudou o time que fez sim um bom jogo e merecia até melhor sorte na partida, em especial pelos erros da arbitragem.

Torcida como a atleticana meus amigos, não há aqui por perto, podem ter certeza!

ARREMATE

“Estou sentado à beira/
De um caminho/
Que não tem mais fim....”
SENTADO À BEIRA DO CAMINHO, Roberto Carlos


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