Marçal Justen Neto

Marçal Justen Neto, 44 anos, é advogado. Atleticano de terceira geração, é um dos fundadores da Furacao.com. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2003.

 

 

Ilan

07/07/2003


Ilan já foi tema de outros colunistas do site. Juarez Villela Filho e Dary Júnior analisaram o polêmico atacante. Porém, o tema não está esgotado. Ilan continua fazendo gols e cada um deles é suficiente para voltar a falar sobre o artilheiro.

Estranhamente, Ilan se viu no meio do tiroteio da imprensa paulista contra a Seleção de Carlos Alberto Parreira. Outros jogadores tiveram atuações bem piores e muito mais decisivas para o fracasso brasileiro na Copa das Confederações, casos de Ricardinho, Gil, Kléber, Juan e Emerson, apenas para ficar entre os titulares.

Ilan jogou pouco e não teve tempo - e sorte, considerando que acertou uma cabeçada na trave dos turcos - de mostrar seu futebol. De volta ao Atletico (e à Arena da Baixada), voltou a mostrar seu futebol.

Ontem, debaixo daquele temporal, não se escondeu e assumiu a responsabilidade de marcar os gols que tanto o Atlético precisa. O primeiro me fez lembrar o celébre gol de Matosas contra o Rio Branco, na Estradinha. Em ambos, a condição do gramado era ruim e os jogadores aliaram técnica, raça e força física para marcar o gol.

Ilan fez quase metade dos gols do Atlético em 2003. Não precisa provar mais nada. Não deve mais nenhuma boa atuação para receber o apoio irrestrito da torcida, tal como um ídolo. Não vamos cometer com Ilan o mesmo pecado que cometemos com Kléber.

Desinformados

Entre os jornalistas, costuma-se ter um certo preconceito contra aqueles que se dedicam à cobertura esportiva. Dizem que são os mais desinformados da classe. Os comentários sobre o jogo de ontem na imprensa paulista comprovaram, em parte, a tese.

Não foram poucos os que reclamaram da drenagem da Arena da Baixada, suspeitando até da qualidade de todo o estádio, em uma associação de idéias que chega a espantar. Pois deixaram de se informar sobre a chuva que atingiu Curitiba ontem e derrubou antena de televisão, alagou estúdio de rádio e quebrou o muro do estádio Pinheirão, sem falar em dezenas de outros estragos pela cidade.

Nenhum sistema de drenagem conseguiria dar conta da chuva de ontem. Comparado com o caos do restante da cidade, o estrago ao jogo não foi tão grande assim. Já vi jogos disputados em condições muito piores.


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