Rafael Lemos

Rafael Fonseca Lemos, 49 anos, é atleticano. Quando bebê, a primeira palavra que pronunciou foi Atlético, para desapontamento de sua mãe, que, talvez por isso, tenha virado coxa-branca. Advogado e amante da Língua Portuguesa, fez do Atlético sua lei e do atleticanismo sua cartilha. Foi colunista da Furacao.com de 2007 a 2009.

 

 

A Revolta dos bambis¹

19/05/2008


Uma das bandas de pop/rock de maior longevidade do país volta a Curitiba na próxima quarta-feira (21) para única apresentação no grande auditório do Teatro Positivo.

Na ativa desde meados de 1980, os Engenheiros do Hawaii apresentam pela primeira vez em Curitiba o repertório do seu último CD e DVD “Novos Horizontes – Acústico II”, gravado e lançado pela Universal Music em 2007.

O reencontro com os curitibanos marca a volta do “engenheiro” remanescente Humberto Gessinger ao baixo, depois de três CDs na guitarra. O novo trabalho traz um som mais maduro e musicalmente mais completo.

Para a apresentação da próxima quarta-feira, às 21h, estão programadas várias músicas novas, como "Luz", “Coração Blindado” e "Vertical", além dos sucessos que marcaram a carreira da banda.

Destacam-se “Piano Bar", “Pra Ser Sincero", "Toda Forma de Poder”, “O Papa é Pop”, “Infinita Higway”, entre outras. O show é dirigido por Roberto de Oliveira (responsável pelos DVDs de Chico Buarque e Rita Lee) e produzido por Marcelo Sussekind, com cenários de Isabelle Bitencourt.

Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e também através do serviço Disk-Ingressos, que tem quiosques nos shoppings Mueller e Curitiba e atende pelo site ou pelo telefone (41) 3315-0808.

Amigos, sou fã dos Engenheiros do Hawaii e isso me rende algumas situações inusitadas "vida afora, noite adentro".

Dia desses, aconteceu uma delas. Eis que estava escrevendo uma coluninha aqui para o nosso querido site quando surgiu a necessidade de dar um nome a ela.

Pensei, pensei, e nada de o nome aparecer. De repente, surgiu na minha cabeça o verso "Nada pode ser maior!" e não tive dúvidas: batizei a recém-nascida coluna com o nome de "Clube Atlético Paranaense: Nada pode ser maior!".

Batizada a coluna, fui cuidar doutros afazeres, pois sempre há o que fazer na vida além das coisas do futebol. Noutro dia, ao abrir o meu hotmail, havia mais de uma centena de e-mails, muitos dos quais de autoria de gremistas indignados com o roubo da expressão "Nada pode ser maior!".

Diziam-me os gremistas: "Tu não tens vergonha de roubares o slogan do Grêmio?" e eu, atônito, tentava me defender sob o escudo da verdade: "Mas eu não roubei do Grêmio, roubei dos Engenheiros do Hawaii, uma vez que retirei a frase da música "Humano Demais", do CD "Minuano", lançado em 1997, antes, muito antes de a torcida do Grêmio - ela, sim - roubar ou adotar a frase de efeito da lavra do Humberto Gessinger".

Pois bem, os e-mails de acusação iam chegando e eu ia respondendo "Olha, guri, eu não roubei a frase do Grêmio, roubei dos Engenheiros, tchê! Abraços do Rafael, mais atrevido que decote de china!".

Só que lá pelas tantas me encheu o saco responder aos e-mails dos gaudérios. Emputeci-me, com justa razão, pois me zanguei por demais com a pretensão dos caras da "pampa pobre que herderam do pai".

Pensei comigo: e eu lá sou obrigado a saber da existência de faixas de torcida do Rio Grande, tchê? Sou nada! Eles se julgam importantes demais! Estão mais salientes que verruga em nariz de bruxa! Não vou mais responder nada! E aí deletei tudo!

Nem cheguei a contar para eles uma piadinha bem legal que diz mais ou menos assim:

"Sabem como o gaúcho come peixe? Não? Pois bem: ele corta o peixe em três pedaços, come o do meio, chupa a cabeça e dá o rabo pro vizinho".

E só de raiva deixei de lhes contar que:

"Dois gaúchos pedalavam suas bicicletas pelo campo. Daí um deles pergunta:

- Mas bah, tchê! Onde conseguiste essa tua magnífica bicicleta?

O segundo respondeu:

- Guri! Estava eu a pé, caminhando ontem por aí, quando surgiu uma guria deliciosa com esta bicicleta. Ela atirou a bicicleta ao solo, despiu toda a roupa e disse-me:

- Pegue o que quiser.

O outro:

- Mas bah, tchê! Escolheste bem. Provavelmente a roupa não te serviria".

Enfim, eis a verdade: copiei a frase dos Engenheiros do Hawaii e ponto final! Porém a tal faixa da torcida - ou a adoção da frase pelos tricolores gaúchos - é conhecimento obrigatório pra gremistas, não pra mim (e não para nós, paranaenses e curitibanos, que habitamos o topo do Sul do Brasil - a gauchada vai ficar tri-puta-da-cara com essa frase... hehehe!).

O problema da gauchada, em especial a gauchada tricolor, é se achar demais e nisso são parecidos com a tricolorzada paulistana, que também se acha a coisa mais perfeita que existe na face do mundo futebolístico nacional e internacional.

Vejamos!

Dia desses escrevi uma coluninha intitulada - quase que poeticamente "Está passando o carro do x-bambi, freguesia!" na qual teci comentários acerca do Dagoberto e do Aloísio e onde usei as gírias criadas em São Paulo contra o São Paulo e difundidas pelo povão Brasil e Mundo afora, afinal o tricolor paulistano já ganhou três vezes o caneco erguido, pioneiramente, pelo imbatível e inigualável Santos de Pelé.

Escrita a coluna, fui cuidar doutros afazeres pois sempre há o que fazer na vida além das coisas do futebol. Noutro dia, ao abrir o meu hotmail, havia mais de uma centena e meia de e-mails, muitos dos quais de autoria de são-paulinos furiosos por conta das minhas palavras.

Diziam os são-paulinos: "O Dagoberto e o Aloísio vão jogar", "Somos tri-mundiais", "Bambi é invenção de corinthiano para nos sacanear", "Raí é melhor do que Pelé", "Kaká é lindo!", dentre outras tantas coisas que acabei não lendo por ter deletado cerca de 99% dos e-mails, ainda que fechados.

Pois bem, vamos aos fatos: eu não escrevi, naquela singela coluninha, nenhuma inverdade. Disse que o Dagoberto e o Aloísio não seriam machos para adentrar o gramado da Arena. Adentraram? Não! Então falei a verdade! Não mereço censura!

Disse que o Atlético não perdia para o São Paulo em Curitiba há 26 anos e que manteria a escrita. Perdemos? Não! Então falei a verdade! Censura, uma vez mais, imerecida!

Por fim, brinquei com os termos "Bambi e Morumbicha", termos que foram criados para zoar os são-paulinos e foram criados em São Paulo, por paulistanos e paulistas, logo, não é contra mim que vocês devem se rebelar, certo?

Vocês são bambis pois alguma vocês fizeram aí pelas bandas da "Paulicéia Desvairada"...

Aliás, vocês devem ter sabido que no site Terra, hoje, deu:

"Richarlyson curte boate gay em SP, diz site

O jogador do São Paulo, Richarlyson, teria aproveitado a noite de sábado para se divertir na boate gay Flexx, em São Paulo, informou a edição on-line do jornal Extra.

Richarlyson teria tentado não ser reconhecido para evitar assédio dos fãs e estaria usando óculos escuros cravejados de cristais e um boné.

O jogador estaria ainda de short, o que teria chamado a atenção dos dançarinos da boate, que quando descobriram a presença do jogador, começaram a dançar para ele".

in:http://exclusivo.terra.com.br/interna/0,,OI2897024-EI1118,00-Richarlyson+curte+boate+gay+em+SP+diz+site.html

Sendo assim, revoltem-se contra o site Terra, não contra mim. Mas, pensando bem, todo são-paulino tem razão mesmo de ser revoltado, pois:

1. A MAIOR TORCIDA DO BRASIL É A DO FLAMENGO;

2. O MAIOR CLÁSSICO PAULISTA É CORINTHIANS X PALMEIRAS;

3. O MELHOR TIME DA HISTÓRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, DO BRASIL E DO MUNDO É O SANTOS DE PELÉ - E ISSO NUNCA VAI MUDAR, MESMO QUE OUTROS TIMES SEJAM 5, 10 OU 15 VEZES CAMPEÕES DO MUNDO;

4. DENTRO DA ARENA DA BAIXADA, POR MAIS PODEROSOS QUE VOCÊS SEJAM OU JULGUEM SER, VOCÊS NUNCA GANHARAM DO ATLÉTICO, APESAR DE TEREM CORRIDO BASTANTE, COMO CORRERAM NAQUELA FINAL DA LIBERTADORES, EM 2005!

5. O TERMO BAMBI GRUDOU EM VOCÊS COMO TATUAGEM E, CÁ ENTRE NÓS, É ENGRAÇADO DEMAIS!!!

P.S.: ¹O título desta coluna foi inspirado na música "A Revolta dos Dândis", dos Engenheiros do Hawaii, que voltam à bela Curitiba na próxima quarta-feira (21) para única apresentação no grande auditório do Teatro Positivo, conforme lhes disse!


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