Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

Só os bons são vencedores

15/05/2008


Na última segunda-feira estive na palestra que o campeoníssimo técnico da Seleção Brasileira masculina de vôlei, Bernardinho, proferiu no novo Teatro da Universidade Positivo. O assunto não podia ser outro senão motivação. Ele falou como consegue ou, pelo menos tenta, motivar os nossos campeões mundiais de vôlei e também como manter-se no topo do mundo por mais de sete anos consecutivos.

Nas palavras do sábio Bernardinho fica claro a vontade dele em vencer, a vontade dele trabalhar com vencedores e com pessoas que sabem chegar ao extremo do seu limite, seja ele físico ou técnico. Bernardinho contou em pouco mais de uma hora de conversa coisas que para quem vive fora do esporte, fora da rotina diária de treinamentos e competições podem ser avaliadas como descabidas. Dois exemplos que me fizeram refletir a até escrever sobre isso, foram: Em 2003/2004 o time viajou para a Holanda e chegando ao aeroporto de Amsterdã ele descobriu que não tinha nenhum ginásio aberto para treinar, pois era feriado na cidade. Os jogadores comemoraram o fato afinal de contas treinar após mais de 20 horas dentro do avião não deve ser uma coisa muito agradável. O time chegou ao hotel e o técnico fez todos os atletas treinarem no asfalto. Sim, no asfalto, no estacionamento do hotel. Outro fato na mesma competição já na fase final da liga, o grupo chegou a Milão na Itália e teria que ficar por 5 horas esperando o vôo para Florença. Bernardinho alugou duas vans e fez todo mundo treinar. Resultado final, Brasil campeão da Liga Mundial de vôlei dentro da Itália contra os donos da casa.

Voltando um pouco para a nossa realidade, onde eu trabalho uso um expediente para tentar motivar os meus colaboradores, insisto que todos devem estudar, todos devem pensar no seu futuro e em conjunto conseguirmos os objetivos comuns da empresa. Trabalhamos o individual para conseguirmos bons resultados no coletivo. Atingimos sempre os objetivos? Nem sempre, mas tentamos de todas as maneiras buscar o melhor para todos.

E, o que, efetivamente, isso tem a ver com o Rubro-negro? Com o desempenho do time dentro de todas as competições? Na minha ótica, tem tudo a ver, ou seja, se o técnico Ney Franco e a diretoria trabalhassem da mesma forma que Bernardinho, guardadas todas as proporções, trabalha na seleção brasileira, o Rubro-negro teria uma super equipe, um time praticamente invencível. Para tanto algumas observações devem ser feitas, entre elas:

1) Só os melhores atletas devem vestir o manto sagrado atleticano. Chega de jogador meia boca, chega de encher a prateleira com produto ruim, isso não é bom para a imagem do clube.

2) Sem trabalho árduo, sem dedicação ninguém vence na vida, se os boleiros atleticanos pensam que serão vendidos por milhões para a Europa, Ásia ou Emirados Árabes precisam trabalhar e muito para chegar a essa condição. A diretoria atleticana tira leite de pedra com algumas vendas, mas nossos “craques” têm que dar uma ajudinha.

3) Nada se conquista sem luta, sem garra e sem determinação. A partida final do Campeonato Paranaense foi uma prova para os guerreiros atleticanos, que sentiram na pele a força da sua torcida, incentivando sem parar mesmo depois do gol do adversário. Se os jogadores atleticanos demonstrarem sempre a mesma garra terão ao seu lado a mais vibrante torcida do sul do Brasil.

4) Trabalhar em cima de resultados. Se jogador A, B ou C não rende o esperado, saca ele do time, coloca outro em seu lugar para ele não contaminar os demais atletas.

Na teoria isso tudo é muito bonito, mas se o Bernardinho conseguiu isso na carreira dele, qualquer um pode conseguir na sua, é só ter paixão pelo seu trabalho. E essa paixão vem da dedicação, essa paixão vem do trabalho.

Tenho plena certeza que a torcida atleticana apoiaria incondicionalmente comissão técnica e a diretoria se fizesse uma limpeza geral no CT do Caju, só ali o grupo de jogadores ganharia uma motivação ímpar para trabalhar e mostrar toda a sua condição para ser titular do time. Um grupo forte, um grupo determinado pode levar o Atlético à conquista, caso contrário vamos nadar, nadar e morrer na praia.

Parabéns a Bernardinho e a sua seleção. Todos os brasileiros se orgulham desta seleção que por onde passa parece ser um verdadeiro Furacão.


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