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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Vadão no país das maravilhas
01/07/2003
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O Atlético está atingindo o perigoso estágio onde as vitórias são isoladas, onde a regra é o revés. E parece que nada está acontecendo, nada de errado ao menos. Um time sem alma, sem ambição, uma equipe que entra simplesmente para jogar porque assim a tabela da competição imputa. Um time que parece não querer vencer.
Me irrita a falta de personalidade do time. Me irrita a forma burocrática como nosso meio-campo toca a bola. Me irrita também a letargia de Rogério, o mau posicionamento de Capone, os brancos na memória do Alessandro e a irresponsabilidade de Kléberson. Mas ninguém consegue me irritar mais do que Vadão.
Ele que tem agora, com jogos apenas nos fins de semana, na pior hipótese cinco dias para treinar o time. Armar jogadas, posicionar o time, enfim, orquestrar da melhor maneira possível seus onze comandados. E o que vemos todo fim de semana?
Uma equipe cuja única jogada nunca dá certo, aquele escanteio batido curto e que só serve para proporcionar contra ataque adversário e risos na arquibancada. Vemos também o posicionamento falho de nossa defesa, que invariavelmente leva gols de cabeça. É isso que é treinado durante toda uma semana?
E não me venham com a desculpa de que o elenco é novo. Jovens também são Elano, Renato, André Luis, Diego e Robinho, que nem por isso esmoreceram ou se entregaram na hora H. Jovens também eram Lucas, Alberto, Kleber e Adriano no time que Vadão comandou em 1999. Há menos de dois anos, nosso meio-campo foi Bola de Prata da Placar, campeão brasileiro e campeão mundial. O que falta é comando e querer enxergar a realidade. Nas entrevistas após derrotas, Vadão fala sempre as mesmas coisas:
- O time se “houve” bem, mas não teve sorte.
- O placar não demonstra o que produzimos em campo.
- A equipe se portou bem, mas não conseguimos o resultado.
- Jogamos bem, até o árbitro começar a errar contra nós.
Por favor, Vadão! O torcedor pode ser fanático, até mesmo cego pelo time, mas burro não. Ou muda-se a forma de jogar, dando mais responsabilidades e dividindo-as entre todos, ou o comando técnico deve mudar. O campeonato está passando e estamos mais próximos dos últimos que dos primeiros.
Que o Atlético volte à dura realidade que se apresenta, e que Vadão saia desse seu mundo fictício, onde parece que o Atlético está bem e tudo está normal. Que saia desse seu país das maravilhas.
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