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Wagner Ribas
Wagner Ribas, 42 anos, consultor, acima de tudo pai e atleticano, costuma viver na Baixada as suas maiores alegrias. Foi colunista da Furacao.com entre 2007 e 2009.
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A final, em partes
05/05/2008
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Hoje, de cabeça mais fria, aproveito para escrever sobre o Atletiba do último domingo, as coisas boas e ruins, por isso vamos por partes.
A torcida
Brilhante! Mais uma vez deu seu show nas arquibancadas com muito otimismo e apoio incondicional. O Mosaico, a Fanáticos, a Ultras, o Movimento e os torcedores sem rótulo, todos estiveram unidos pela vitória. Apoiando, incentivando e principalmente, acreditando.
Gostaria de transmitir a toda essa nação rubro-negra meus parabéns pelo comportamento dentro do estádio. Mas não poderia deixar de desaprovar as atitudes fora dele. Não sei exatamente o que aconteceu entre polícia e torcida, mas nada justifica a depredação do patrimônio público como vimos ontem.
A arbitragem
Até o momento do gol da equipe do coritiba, Heber Roberto Lopes apitou muito bem. Tanto no jogo de ida quanto na partida derradeira. Não sei se influenciado pelas possibilidades reais de estar presente na próxima Copa do Mundo, mas tenho que dar meus créditos a ele pela boa arbitragem.
As faltas invertidas (poucas diga-se de passagem) e os lances duvidosos após o gol da equipe verde e branca, em nada influenciaram no resultado. Pois o time já estava entregue, tanto emocionalmente quanto taticamente.
Mas que fique o recado: a qualquer momento ele pode por suas garras pra fora novamente...
Ney Franco
Uma final é realizada em 180 minutos. E dentre as duas partidas, Ney Franco foi bem apenas em 75 deles.
No primeiro jogo, montou um time medroso, sem alma, sem espírito vencedor, enfim, um time para empatar, mas não conseguiu. Foi lá que começaram as dificuldades.
No segundo jogo, até o momento que manteve o onze titular escalado, a equipe estava muito bem, inclusive dominando o jogo e atuando com muita serenidade e tranqüilidade. Mas foi só ele precisar mexer no time que a vaca foi pro brejo. Tirou de campo Netinho, que até então, junto com Nei, era o melhor em campo e sacou da meia cancha o incansável Valência, sendo que, após isso, não ganhamos mais nenhuma sobra.
Ney Franco é, sem dúvidas, um grande técnico, mas precisa rever seus conceitos sobre ofensividade. Enquanto insistir em montar times retrancados, leia-se, o contestável 3-6-1, continuaremos a passar dificuldades no ataque. O melhor exemplo foi ontem, pois com o time escalado com dois atacantes de ofício, jogamos boa parte da partida no campo adversário.
As falhas individuais
Valencia, Rhodolfo e Vinicius. Cada falha, um peso.
O primeiro deu um passe errado que resultou num gol do Paraíba. Mas convenhamos, errou num passe logo após roubar uma bola de um contra-ataque coxa-branca e ainda, antes do chute certeiro de fora de área, aliás, um belo chute, houve troca de passes entre os jogadores do time verde. Claro que a falha influenciou na conclusão a gol, mas foi uma falha casual. E além disso, no jogo deste domingo, Valência voltou a ser o monstro que sabemos que ele é.
Rhodolfo errou na interceptação da bola e sua falha resultou em gol. Mas lembremos que antes do gol, o jovem garoto do Coritiba ainda teve a calma de driblar dois marcadores e mandar pra rede. E ainda, tanto no caso do colombiano, como no caso do Rodlpho, ainda era o primeiro jogo, ainda restava uma chance de redenção e recuperação.
Chance esta que não terá Vinicius. Que falhou bisonhamente quando não podia falhar. Vão me dizer que a vida de goleiro é complicada, e concordo, mas terão que concordar que goleiro é o único que não pode falhar, principalmente numa final de campeonato e da forma com que falhou. Desculpem-me aqueles que gostam desse jogador, mas pra mim ele foi o principal responsável pela “derrota” de domingo. Falhou por omissão, falhou por medo, falhou bisonhamente. Falha tão grotesca, me lembra Tiago Cardoso em 2006. Infelizmente sua carreira ficará marcada como sendo o jogador que entregou o título ao inimigo, dentro de casa.
Atitude anti flair-play
Não achei nem um pouco engraçada a medida da diretoria em proibir a entrega dos troféus na Baixada, amadorismo total.
Justo aquele que prega a união dos clubes paranaenses, toma uma medida como essa. Fico a imaginar caso você uma situação invertida...
Os verdes
Foram três clássicos até o momento em 2008, vencemos dois.
Não me resta nada além de parabenizá-los pela conquista, e ludibriá-los. Pois, assim como eles, também acredito que são uma excelente equipe, que não precisam de reforços e que no ano do centenário estarão disputando o título mundial no Japão.
Coincidência?
Em 2004 também perdemos o título paranaense dentro da Baixada e no final acabamos com o vice-campeonato brasileiro.
Eu, infelizmente, não consigo acreditar em coincidências deste tipo. Pois naquele ano tínhamos Jadson, Fernandinho e Washington, que sabíamos das qualidades.
O Campeonato Brasileiro de 2008 começa no próximo final de semana, e para aqueles torcedores que buscam nas coincidências motivos para se alegrar, desejo que estejam certos e que ao final de 2008 possamos comemorar ainda mais do que comemoramos em 2004.
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