Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

A nossa dura realidade

05/05/2008


Uma tarde épica. A festa que a torcida atleticana fez ontem na Baixada jamais sairá da mente dos atleticanos, quem esteve lá não me deixa mentir. A torcida deu um verdadeiro show, acreditando até mais do que os próprios jogadores. Estivemos lá, com todo nosso amor, toda nossa energia positiva e toda nossa garra. Pena que faltou um detalhe. Sim, um detalhe, que não dependia da torcida e sim dos artistas da bola que estavam dentro das quatro linhas do gramado.

A festa foi tão bonita que a torcida adversária só comemorou quando o apito amigo de Heber Roberto Lopes findou o jogo. Ou alguém vai me dizer que ele não deu graças a Deus ao sair o gol dos ervilhas para comandar da sua forma o espetáculo? Não, a culpa pela perda do título não foi dele, mas ficou claro e evidente que ele inverteu muitas faltas e as faltas que os jogadores atleticanos sofriam perto da área coxa branca eram simplesmente ignoradas.

Se a festa da torcida atleticana ficará na lembrança de todos, sejam estes verdes ou rubro-negros, a falha do goleiro Vinícius e do zagueiro Danilo também ficará na história do Furacão 2008 que quebrou o recorde do Furacão de 1949, mas que caiu diante dos verdes imundos em plena Arena da Baixada diante de um mar vermelho e preto.

O pior não é ganhar e não levar, o pior é saber que vamos para o Brasileiro com esse time. Esse time que depois que tomou o gol no deixa que eu deixo da zaga e do goleiro amoleceu e ficou sem chão, deixando todos no Joaquim Américo boquiabertos e sem reação.

E o que falarmos da atitude da diretoria atleticana de não deixar os homens da Federação entregarem o troféu ao campeão? Ridícula, não? Se não queriam que o Coritiba desse a volta olímpica dentro do Joaquim Américo que fizessem esse time frouxo (com algumas raras exceções) jogar futebol. Esse mesmo time que manteve as duas mãos na garganta do adversário por mais de 64 minutos, que estava muito mais próximo de fazer o terceiro gol e comemorar o título do que tomar um gol da forma que tomou. Uma verdadeira irresponsabilidade dos seus atletas. Agora me dizer que não entregaram o troféu por causa da segurança não cola, né? O desculpinha esfarrapada.

Agora ganhar ou perder tanto faz, não é mesmo? O que importa é que o time é forte, que jogou bem e que o anel inferior da Baixada deve começar a ser construído em breve. Tapar o sol com a peneira é a mesma coisa que chamar a massa atleticana de acéfala, portanto, senhores donos da verdade, se preocupem menos com a soberba e pensem um pouco mais em quem carrega esse time nas costas. Pensem menos em encher o balcão com jogadores medianos ou com as novas piscinas do CT do Caju e contratem jogadores de verdade, atletas que venham e vistam a camisa de titular, caso contrário o desfecho do Campeonato Brasileiro será o mesmo de 2007 ou pior ainda.

Fica aqui a lembrança de quem viveu um domingo intenso, de quem deixou a sua família em casa para gritar, cantar e incentivar o Rubro-negro, mas de quem voltou para casa com a sensação de dever cumprido mesmo não ostentando no peito a faixa de campeão paranaense de 2008.

Frase do dia
Pai, eu chorei de "ráiva" quando eu vi esses "coritiba" comemorando, by Vitor Toaldo, meu lindo filho de 4 anos, que desde cedo já carrega nos seus pequenos ombros o gosto amargo de não ser um campeão.


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