Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Nação atleticana

05/05/2008


Tema é o que não falta para escrever hoje, se bem que pensei muito em não escrever nada, mas seria desrespeitoso com os quase 15 leitores fiéis que tenho, com os muitos coxas que gostam de visitar nosso site (cliquem nos patrocinadores e nos ajudem !) e também com minha consciência. Aliás, seria covardia não escrever após a perda do título, em casa para o maior rival.

Covardia que nos custou caro. O bom Ney Franco caiu na vala comum de treinador comum (longe de ser ruim, mas ele não é diferenciado como parecia) e colocou o time para perder de pouco no Alto da Glória. Um jogo morno, meio amarrado foi ficando bom para o alviverde porque nosso time se encolheu devido a uma escalação falha e que já havia não dado certo, pela insistência em jogadores já consagradamente ruins como o ala esquerda e na demora nas substituições.

Poderia citar o fato do corporativismo da imprensa que fica chorando nas transmissões ao invés de informar. Até amigos coxas ficaram P da cara ontem, queriam ouvir seus jogadores, a festa e tudo mais, mas ficavam ouvindo a turma da latinha reclamando do Atlético, de suas medidas e etc. A imprensa em geral chega a ser engraçada em se tratando de Atlético, sendo muito mais parcial que os próprios sites de torcedores de vem em quando!!

Poderia lembrar que Berg depois do que fez no Atletiba final de 1990 não jogou mais no coxa. Poderia lembrar que a infelicidade de Vinicius deveria ter a mesma conseqüência. Falhar daquele jeito, num momento em que tudo estava ao nosso favor o time adversário e sua comportada, porquê silenciosa torcida espremidos ante a pressão atleticana foi de matar. Os demais 25 minutos de jogo foram meramente protocolares, ali estava na cara que o time não conseguiria reagir. O baque foi forte demais. De um eminente e quase maduro 3º gol que nos daria o título, ficamos à mercê do empate do Coritiba, que com as substituições se encorpou e passou a ter o domínio no meio campo.

Mas prefiro ver o lado positivo das coisas. Já na quinta-feira pela manhã, no frio que fazia antes das 9 horas comentei algo que brilhantemente minha amiga Patricia Bahr já escreveu: nunca duvidem da torcida do Atlético! As filas, a associação em peso da galera, a vontade de ajudar o time que teria uma missão difícil e indigesta foram emocionantes. Poucas torcidas dariam um voto de confiança tão grande ao elenco depois de ver uma péssima partida e derrota no 1º jogo das finais. Mas não o atleticano!

O atleticano que é solidário e ajuda o time em todos os momentos. Se ano passado, juntamente com alguns reforços e a vinda de Ney Franco tiramos o time da zona de rebaixamento, flertamos com a Libertadores e ficamos em uma posição que não nos incomodava, este ano fomos chamados a empurrar o time para a vitória que nos daria o título. A vitória veio, o título escapou, mas a lição que fica é definitiva: nunca duvidem da torcida do Atlético!

Dizer que á mais isso ou aquilo quando o time ganha é fácil. Ganhar ingresso da direção ou ter empresário rico que banca camisetão é fácil. Dizer que empurra o time, mas só depois de ver gol e sentir o jogo terminando, ou ganhar de times de segunda divisão e se sentir o novo Real Madrid é moleza! Quero ver incentivar, cantar o amor pelo clube em situações complicadas, tirar o time do buraco, empurrar o time pra vitória vindo de derrota em clássico. Bonito é sentir a sublime sensação de ser atleticano, saber que somos sim os melhores, que aplaudimos os guerreiros que fizeram uma grande partida na final, mas que infelizmente nosso maior rival é que comemorava o título. Bonito é ver que mesmo tristes temos a certeza que é um milhão de vezes melhor ser atleticano, mesmo que na derrota, do que coxa-branca ganhando algo.

Não há nada semelhante à torcida do Clube Atlético Paranaense. Lamento a direção ter perdido tanto tempo em brigas tolas com seu maior patrimônio, mas fico contente em terem visto que só queremos isso, só queremos torcer pelo Atlético como torcedores do Atlético. Nos deixem fazer nossa festa, do nosso jeito que o resto a gente dá um jeito. Que o clube perceba que melhor que Ituano, Ferroviária, Central, Guarani, PSTC, Dallas ou empresas multinacionais, a melhor, mais fiel e duradoura parceria que se pode ter é com sua própria torcida.


ARREMATE

Parabéns ao coxa pela conquista, limpa, na bola e em duas emocionantes partidas, que em geral foram muito bem apitadas pelo contestado árbitro Herber Roberto Lopes. Aos meus muitos amigos coxas, meus respeitos.


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