Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Não duvidem da nossa torcida!

02/05/2008


Tem coisas que só o atleticano sabe fazer. E a demonstração de amor que vemos em toda a cidade desde o último domingo é mais uma prova disso. Ao contrário de qualquer outra torcida do mundo, que transformaria uma derrota por 2 a 0 em sinônimo de dúvida, questionamentos, indignação, os atleticanos usaram o resultado negativo como mais um combustível para superar as dificuldades e transformar esse time num elenco vencedor.

A prova maior desse apoio foi dada na quarta e quinta-feira, quando milhares de pessoas formaram a fila do amor incondicional em frente à Arena da Baixada. A primeira fila era para se associar ao clube do coração, um voto de confiança a toda a administração do Atlético Paranaense e a prova real de que o atleticano, mais do que nunca, quer fazer parte do dia-a-dia do clube, quer participar ativamente da gestão do nosso Atlético. Hoje, temos um plano de Sócio Furacão que é sucesso absoluto e não demorará para que toda a capacidade da Arena da Baixada seja completada apenas com sócios, seguindo uma tendência que já existe nos principais clubes de futebol do mundo.

O sucesso do Sócio Furacão só comprova duas filosofias: 1) o plano com preço justo atrai os torcedores; 2) o melhor marketing para o clube de futebol continua sendo as decisões, as vitórias, os títulos. Bastou o Atlético voltar a decidir um título (mesmo que do Paranaense) que a torcida deu a sua resposta e aderiu em massa ao plano – que desde o seu lançamento já reunia todos os ingredientes para ser um sucesso absoluto.

Horas depois, a fila do amor virou também a fila da raça, do sangue forte que sempre esteve presente na vida dos guerreiros atleticanos. E eles enfrentaram o frio e a chuva para comprar ingresso para a final do Paranaense. Certamente, mais uma lição de doação máxima e amor ao clube, que tem que ser correspondida em campo por nossos jogadores.

“Estávamos desacreditados do poder de nossa torcida. Vejo agora que estava errado. A partir do momento que implementamos uma política de relacionamento com o torcedor, que modificamos a filosofia interna do clube e começamos a mostrar o que foi construído com valores menores para que os torcedores pudessem se associar, as portas começaram a se abrir e os torcedores voltaram a se aproximar do Atlético Paranaense!”, disse Petraglia em emocionante carta publicada no site oficial do clube a todos os torcedores.

Presidente, jamais duvide da nossa torcida, jamais duvide do nosso atleticanismo, jamais duvide do apoio de todos os atleticanos ao nosso Atlético Paranaense. A nova filosofia do clube, em se reaproximar daquilo que o Atlético tem de mais precioso (o seu torcedor), foi a melhor estratégia adotada por sua gestão desde que assumiram o nosso Furacão. Afinal, é para a torcida que o Atlético existe. É para a torcida que a Arena existe. É a torcida que dá vida, que pulsa a alma guerreira do nosso Atlético.

Estamos vivendo uma nova era na história do Clube Atlético Paranaense. Tempos modernos, em que o clube se estrutura para terminar o estádio mais moderno do Brasil e seguir adiante em sua política de crescimento, visando ser um dos mais importantes clubes de futebol do continente – e certamente isso virá no decorrer dos anos, porque o Atlético tem se estruturado para isso. E com a força da torcida junto e ao lado do clube, todas essas conquistas terão uma cor especial, um brilho especial.

A cada dia que passa, fica mais evidente que “nenhuma conquista é impossível para um Atlético unido”. Afinal, a relação do atleticano com o clube vai além da obrigação de um simples torcedor com seu time. O Atlético não vive sem a sua torcida e a torcida não vive sem o seu Atlético. A relação é assim mesmo, recíproca, de pura dependência. Um não deve querer competir com o outro, como também não deve jamais se afastar do outro. Porque o Atlético não é apenas o nosso time de futebol, o Atlético é a nossa vida – e temos plena consciência: somos nós, toda a nação atleticana, que damos vida ao nosso Atlético.


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