Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Ecos do clássico

28/04/2008


Pensei em nem escrever essa semana, até mesmo para não mentir para mim mesmo ou escrever aquilo que não estou pensando de verdade. A boca fala daquilo que o coração está cheio e a pior mentira que se conta é a si mesmo. O jogo de ontem, com merecida e incontestável vitória alviverde pode até ter decidido o campeonato, mas ainda há esperança.

Jogo em que, gostaria de frisar, teve uma excelente arbitragem do Herber Roberto Lopes, tão duramente, e justamente criticado pela nação atleticana. Tanto técnica como disciplinarmente muito bem, sempre próximo dos lances e em constante comunicação com seus auxiliares. Vamos e venhamos, os jogadores colaboraram e pensaram somente em jogar bola e isso o ajudou muito. Perdemos desta vez não no apito, mas para a maior voluntariedade e principalmente, disposição física e tática do coxa.

Ney Franco escalou o time nos mostrando uma morte anunciada. O 3-6-1 que ele montou no Flamengo levou-o à sua demissão e agora ele insiste neste erro no Atlético. Falar do isolamento de Marcelo Ramos, que desde a partida contra o Eng. Beltrão não tem uma mísera chance clara de gol ou que escalar Michel só não é tão mais bizarro que a justificativa de que ele é alto e por isso joga, é ver um time em que o talento de Gabriel Pimba e Netinho se perde pelo excesso de zelo defensivo.

Os primeiros 20 minutos do clássico nos mostraram um Coritiba e sua torcida assustados, um Atlético com posse de bola, mesmo que improdutiva, mas com o jogo sob controle. Porém, mais uma vez faltou ser mais agressivo, mais incisivo e mostrar a vontade de vencer a partida. Pois convenhamos, o Atlético entrou no balançante e degradado Couto Pereira para empatar. Em falha individual de Valencia, o belo gol do melhor jogador da partida, o Paraíba. A partir dali, tanto torcedores como atletas do coxa parecem ter percebido “ si, si se puede” a acreditaram que a vitória poderia ser conseguida. Após o 1º gol, a partida foi outra.

Mais uma vez Ney demorou para mexer e o fez de maneira confusa. Até hoje não entendo porque os treinadores só resolvem atacar, fazer o time jogar depois de sofrer gols. Por que não já começar atacando, primeiro fazendo o gol para depois segurar? Ney Franco, inclusive nas justificativas fica cada vez mais parecido com o covarde treinador Vadão, de triste memória no biênio da desgraça 2006/2007. Cabe a ele mudar isso, caso tenha vontade e capacidade.

Falando em vontade, não sei o que se passa no CT do Caju. É cada vez mais comum vermos jogadores como Rodrigão, Evandro e Edno não jogarem nada por aqui e na 1ª chance fora do Furacão jogarem muito bem. A desmotivação, a apatia do time num clássico, ainda mais decisivo chegaram a me causar estranheza. Ao contrário vi os jogadores coxas, com lealdade, disputarem cada bola, cada dividida como se fossem famintos em busca de um prato de comida. Decisão é decisão pessoal, pegada, força e determinação e saibam que motivação ninguém coloca dentro de ninguém, ela nasce do interior de cada pessoa. O apático time atleticano vai ter que jogar muita bola, vai ter que suar muito, vai ter que jogar como não joga há mais de mês para levantar esse caneco, que foi tratado pela direção, que infelizmente se desfez da espinha dorsal do time em plena competição, como prioridade.

O Atlético nos une, e união nos fortalece. Nada é impossível para um Atlético unido. A torcida fez e continuará fazendo sua parte, e vocês jogadores, farão a sua?

ARREMATE

“E sei que não é vã, a cor da esperança/
A esperança do amanhã.”
A Cor da Esperança, Cartola


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