Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Do jeitinho que atleticano gosta...

24/04/2008


Quem poderia prever que o (atualmente) chocho Campeonato Paranaense traria tantas emoções ao coração atleticano?

Começamos comendo pelas beiradas, com uma equipe estável, bem armada, coesa, que aos poucos foi conquistando a confiança do seu torcedor.

A manutenção das principais peças de 2007, o (aparente) investimento no futebol propriamente dito e a valorização do seu torcedor através dos novos planos de sócio. Era ou não era a materialização do sonho de todo atleticano?

Era sim! E não parou por aí, a seqüência de vitórias colocou o Brasil inteiro de olho no nosso Atlético e, se havia alguma desconfiança, logo foi dirimida com as vitórias incontestes sobre os rivais da capital.

Doze vitórias consecutivas e a quebra de um recorde histórico, inabalável desde 1949, uma marca tão importante que nos concedeu a honra de carregar a alcunha de Furacão.

Furacão de 1949 ou Furacão de 2008? Qual é o melhor? Para nós, atleticanos, isso jamais importou: o que valeu foi viver esse clima de nostalgia, a ancestralidade à flor da pele, conhecer e relembrar os ídolos do passado, enfim, fazer parte de mais um capítulo ímpar na história do rubro-negro.

Recorde quebrado, uma seqüência antológica... e o balde de água fria.

A propaganda gratuita causada pela marca histórica, resultou na debandada dos nossos principais jogadores: primeiro, foi o Ferreira que, durante algumas temporadas, foi a nossa maior referência dentro de campo (nossa, como sinto falta do nosso baixinho envergando o manto sagrado!). Depois, Jancarlos, que, apesar de seus altos e baixos, havia finalmente encontrado a constância, mas que nem por isso merece maiores comentários. E, pra completar a avalanche de desfalques, talvez a mais difícil despedida, tenha sido a do Predador...

Lembro quando ele chegou, já o olhei com receio por ter sido indicado pelo Delegado, começou fazendo umas partidas bem meia-boca, mas, de repente, mostrou ter sangue rubro-negro correndo pelas veias, caindo nas graças do povão atleticano e se tornando um dos nomes significativos deste Campeonato. Considerado oportunista por alguns, marketeiro por outros, não importa: só sei que o cara honrou nossa camisa como há tempos não se via.

Com essas saídas mais do que repentinas, nosso conto de fadas foi estruturalmente abalado! O Furacão não foi mais o mesmo: depois de um empate veio a primeira derrota e também a segunda (em casa!), justamente no momento em que não poderíamos perder e passamos um verdadeiro sufoco.

Em meio a tudo isso, ainda surgiu o tal comunicado da cobrança para a transmissão de rádio das partidas do Furacão, que causou o maior alvoroço, inclusive entre os próprios atleticanos! Quanto a esse fato, confesso que fui pega de surpresa, simplesmente porque acreditava já existir uma contraprestação aos clubes por essas transmissões. E, agora que sei que é “de grátis”, sou partidária a essa cobrança.

Quando tudo parecia perdido, eis que o Furacão ressurge, é aquela velha história: “... rubro-negro é que tem raça e não teme a própria morte”! Jamais desistimos e nos momentos difíceis mostramos o nosso valor! E foi exatamente com esse espírito guerreiro que viramos a mesa e chegamos com todas as forças para a tão esperada final!

Fala sério! Depois de tudo isso que passamos alguém esperaria uma finalíssima diferente do que essa que está por vir? Sem dúvida, o Atlético foi o grande protagonista desse Campeonato Paranaense 2008 e não imagino uma premiação melhor pra isso do que ter a oportunidade de enfrentar o seu maior rival. O torcedor atleticano merece esse Atletiba!

Está do jeitinho que o atleticano gosta e não podemos nos contentar com nada que não seja o título. Agora é coração na ponta da chuteira e torcedor fazendo sua parte!



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