Rafael Lemos

Rafael Fonseca Lemos, 49 anos, é atleticano. Quando bebê, a primeira palavra que pronunciou foi Atlético, para desapontamento de sua mãe, que, talvez por isso, tenha virado coxa-branca. Advogado e amante da Língua Portuguesa, fez do Atlético sua lei e do atleticanismo sua cartilha. Foi colunista da Furacao.com de 2007 a 2009.

 

 

Às Torcidas (realmente) Organizadas

17/04/2008


A Globo.com veicula, hoje, excelente matéria da lavra do Jornalista Adílson Barros intitulada "Craques da Era Pelé dão sorte ao Peixe".

Transcrevo trecho: "A torcida do Santos prestou uma bela homenagem aos bicampeões mundiais do Peixe, na última quarta-feira, no jogo contra o Cúcuta-COL, pela Taça Libertadores, na Vila Belmiro. Foram confeccionadas 12 bandeiras, uma para cada jogador da lendária formação e mais o técnico Lula, um dos treinadores mais vitoriosos da história do futebol brasileiro". A matéria completa pode ser conferida aqui.

Por seu turno, este site veicula, também hoje, reportagem do polivalente amigo Juarez Villela Filho que, atacando de Jornalista, redigiu a bonita matéria “Paz e união entre as torcidas também no interior”, que segue adiante, com meus cumprimentos ao Autor e à TOF:

“Não importa a partida / que você disputará / eu te sigo em toda parte / cada vez te quero mais...”

Uma das mais belas, dentre as novas canções da Torcida OS FANÁTICOS vai embalar a viagem de mais de 500 km que a nação atleticana fará até Toledo, na região oeste do Estado. Mais uma vez a maior torcida organizada do Sul do Brasil estará junto do Furacão, incentivando os jogadores rumo a mais uma vitória e classificação para as finais do Paranaense 2008.

A saída dos torcedores está prevista para a madrugada de domingo, a partir das 02h00 em frente à sede da Fanáticos, na Rua Pedro Augusto Barreto Monclaro, a uma quadra da Baixada. Conforme informado pela própria TOF, o terceiro ônibus já foi aberto e os interessados devem se apressar e garantir seu lugar.

Na chegada a Toledo, deverá haver a mesma recepção calorosa encontrada pelos toledanos quando estiveram final de semana passado em Curitiba. A “Torcida Porcos Selvagens” do Toledo promete muita festa, churrasco e cerveja para retribuir as boas vindas quando estiveram na capital paranaense, deixando assim ao largo qualquer animosidade que possa ter sido criada pelo pequeno conflito na saída dos jogadores na partida de ida das semi-finais. Luta e disposição somente dos times em campo e no grito das arquibancadas do Estádio XIV de Dezembro que devem estar lotadas no domingo a partir das 16h.

Os preços da excursão são R$ 55 para sócios em dia e R$ 70 para não sócios ou inadimplentes, excluindo-se o ingresso que custa R$ 20 e R$ 10 a meia-entrada. Reservas e mais informações podem ser obtidas através do telefone (41) 3332-5984”. (Atalho para a notícia).

As duas reportagens provam a importância das Torcidas Organizadas para a vida de seus Clubes. Infelizmente, reportagens mostrando as belas iniciativas das Organizadas nunca são suficientemente divulgadas.

Entretanto, os fatos negativos que envolvem as Organizadas sempre ganham as manchetes dos jornais, como se fossem prova inequívoca da periculosidade dessas Agremiações e da necessidade - imperiosa e inadiável - de se promover ampla, geral e irrestrita dissolução. Grande e rematada injustiça.

As Torcidas (realmente) Organizadas enchem nossos estádios de alegria e não podem ficar de fora do espetáculo. Você que está aí em frente ao computador, lembra quantas vezes voltou pra casa, depois de um Atletiba, cantando: “Hey, coxa, vai tomar no cu”, a plenos pulmões e dando altas risadas? Pois é, cara, essa é uma das funções de uma Torcida (realmente) Organizada: criar e difundir o grito que empolga, hipnotiza e toma conta da cidade.

Mas como divulgar isso não vende notícia, os veículos de comunicação só colocam as Organizadas em evidência quando o pau quebra bonito (ou feio). Aliás, na maioria dos casos, o pau quebra sem a participação delas, pois – não raras vezes – os envolvidos são gaiatos e vândalos que usam a camisa dessa ou daquela Organizada, sem ter com elas nenhum tipo de relação. No entanto a má fama acaba sobrando pra elas. Grande e rematada injustiça.

Você que está aí em frente ao computador, lembra quantas vezes voltou pra casa com a roupa branca por ter soltado a fumaça dos extintores quando o Atlético adentrava o gramado do finado Pinheirão: “E-ô, e-ô, Atlético, ô, ô”. Pois é, cara, essa é uma das funções de uma Torcida (realmente) Organizada: gritar pra empolgar o time, até que o time hipnotize e tome conta da cidade, do país, do Mundo.

Vida longa às Torcidas (realmente) Organizadas – como a TOF e a ULTRAS, do nosso ATLÉTICO PARANAENSE. Vocês enchem de alegria a vida dos Estádios. Vocês enchem de alegria a vida da gente.

P.S.¹: Você que está aí em frente ao computador, já pensou? 12 bandeiras na Arena da Baixada, uma para cada jogador da lendária formação de 1982 e mais o técnico Geraldino! Cara, você já pensou? 12 bandeiras na Arena da Baixada, uma para cada jogador do time lendário que conquistou o Brasil, em 2001, e mais o técnico Geninho?

P.S.²: Atleticano, quais são as nossas bandeiras?


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