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Sergio Surugi
Sergio Surugi de Siqueira, 66 anos, é Atleticano desde que nasceu. Neto de um dos fundadores, filho de um ex-presidente do Atlético, pai e avô de Atleticanos apaixonados, é doutor em Fisiologia e professor. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.
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Cada um na sua
12/04/2008
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Transformar emissoras de rádio em vítimas ou em algo parecido com a Madre Teresa de Calcutá da mídia me parece um pouco demasiado.
Se o rádio ou qualquer outro meio de comunicação presta um serviço ao divulgar, ao dar publicidade a uma instituição ou pessoa, na maioria das vezes não o faz de graça. A audiência gerada por aqueles que se interessam por aquilo que está sendo divulgado é o argumento para a veiculação de espaço paralelo pago. E muito bem pago.
O Atlético inova ao tentar cobrar, ou em síntese, compartilhar um pouco do lucro que ele mesmo ajuda a estabelecer. Acredito que, como em qualquer negociação, é possível discutir valores e condições, porém não me parece justo discutir o evidente direito de que se divida o que se arrecada com quem ajuda a gerar a receita. Tal direito fica ainda mais evidente quando (pelo menos nos jogos da Arena) o Clube cede suas instalações para as emissoras faturarem com seus comerciais.
É possível que haja um certo "esperneio" no primeiro momento. Talvez sejam necessários ajustes para não inviabilizar a iniciativa, mas sem a menor dúvida e na pior das hipóteses, estamos chamando novamente a atenção do mercado para a necessidade dos clubes em faturar com o seu produto, com a sua torcida, enfim, com um patrimônio que é seu e não daqueles que o exploram gratuitamente. Os clubes precisam de dinheiro para manter suas estruturas.
Muito se reclamou do preço para assistir jogos na Arena quando o Atlético majorou os seus ingressos, hoje são raros os estádios no Brasil aonde se paga menos do que o Atlético cobra. Pergunto-me se todos os outros clubes que copiaram a idéia de cobrar mais pelo espetáculo sofreram as críticas que o Atlético sofreu? Creio que com as rádios a coisa será bastante parecida. Pagaremos o preço da audácia em inovar, transformando-nos em “bois de piranha”, para que depois a manada inteira possa cruzar o rio com tranqüilidade, já que as piranhas estarão devidamente saciadas e esgotadas.
Não há nenhum motivo para que os Atleticanos (pelo menos para aqueles que não possuem relação com emissoras de rádio) se posicionem contra a diretoria. Isso só diminuirá cada vez mais o nosso poder e conseqüentemente a nossa capacidade de montar times competitivos.
Sinceramente admito não ter nenhuma base para avaliar se o montante que o Atlético pede para autorizar as transmissões de rádio é adequado. Mas tenho certeza de que o preço que o Atlético pagará mais uma vez por pedir antes o que todos os outros têm vontade, mas não coragem de pedir, será alto e injusto, até porque o rádio, com o poder de penetração e formação de opinião que possui, seguramente usará sua força na defesa dos seus interesses econômicos e financeiros.
E você, Atleticano? A quem pretende ajudar a fortalecer?
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