Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

Bomba, bomba!

11/04/2008


Caiu como uma verdadeira bomba o anúncio de que o Atlético irá cobrar pelas transmissões radiofônicas a partir do Campeonato Brasileiro de 2008. O comunicado foi colocado no ar, através do site oficial do clube, no final da tarde de ontem e já está gerando a maior polêmica entre torcedores e as rádios de Curitiba. Vale lembrar que a medida não é apenas para ser praticada aqui em nossa cidade. O “pacote radiofônico” do Rubro-negro será aplicado para todos que se interessarem em transmitir as partidas do Furacão, ou seja, as rádios de todo o Brasil estão inseridas neste contexto.

Ouvindo a diretora de Comunicação, Luciana Pombo, ontem à tarde na rádio CBN e lendo o jornal Tribuna do Paraná hoje pela manhã, tirei algumas conclusões. Pode ser que eu esteja me precipitando, por isso, tenho algumas questões que não são apenas minhas, mas de muitos torcedores, do pessoal das rádios e até dos próprios dirigentes do Atlético.

A única coisa que tenho conhecimento é que o direito de Arena existe e que, em minha opinião, as rádios devem pagar para transmitir os jogos do Atlético. Se o valor é alto ou baixo, não entro na questão, particularmente, acho um absurdo. A melhor solução agora é o Atlético sentar e negociar com as rádios, caso contrário poucos irão se interessar pelos jogos do Rubro-negro. As questões abaixo não esperam uma resposta imediata, nem mesmo o Atlético saberá como as negociações andarão, portanto, vamos dar tempo ao tempo, enquanto isso, o Atlético espera e as rádios esperneiam.

1) No comunicado fica claro que qualquer jogo do Atlético será cobrado, dentro ou fora da Baixada. O Atlético tem como impedir as emissoras de rádio de São Paulo ou do Rio de Janeiro de transmitir os jogos de Corinthians e Flamengo contra o Atlético em seus respectivos estádio? E os torcedores dos outros times? Ficariam sem informações?

2) Na Tribuna do Paraná datada de hoje, 11 de abril de 2008, Luciano Pombo fala que o torcedor atleticano não ficará sem informações do Atlético. Se nenhuma rádio se interessar pelas transmissões, quem vai deixar o torcedor informado?

3) Sendo assim, estaria o Atlético interessado em criar/adquirir uma rádio própria? Em caso positivo, como seriam feitas as transmissões? Quem fosse comentar os jogos teria coragem de criticar jogadores, comissão técnica e diretoria, sem represália alguma?

4) Agora as rádios falam que o Atlético que deixar seu torcedor sem informação. A briga das rádios é para que isso seja julgado inconstitucional, mas o problema na verdade é outro, se tiverem que pagar direito de Arena para o Atlético, os outros dois times da capital também vão querer receber. Teriam as rádios condições de arcar com três transmissões simultâneas?

5) O Atlético está estruturado e preparado juridicamente para enfrentar uma verdadeira batalha judicial? A briga na justiça deverá ser longa, salvo se entrarem em um acordo, mas para isso é necessário abrir logo um diálogo.

6) Em entrevista para a rádio CBN, na tarde de ontem, Luciana Pombo, falou que esse projeto não foi idealizado da noite para o dia e que já deveria ter sido lançado. A pergunta é: por que lançar justamente agora, na reta final de Campeonato Paranaense? Se isso já estava pré definido, este comunicado não deveria ter sido entregue às rádios com maior antecedência? Não estaria o Atlético dando um tiro no próprio pé ao fazer isso nesse momento?

7) Por que o Atlético tomou essa decisão de forma solitária? Não seria mais prudente fazê-la em conjunto com mais alguns times? Será que não houve acordo ou ninguém teve coragem de se juntar ao Furacão?

8) A diretoria do Atlético acredita que com esse time alguém vai se interessar em transmitir os jogos do Rubro-negro? O elenco não precisa de reforços? Se o produto comercializado não for bom ninguém compra, um produto meia boca fica estocado nas gôndolas dos supermercados e ninguém se interessa. Guardadas as devidas proporções, ou o Atlético se reforça e monta um verdadeiro time de futebol ou ficará esperando sentado o contrato com as rádios.

9) Estaria o Atlético se tornando o time mais antipático do Brasil? Em minha opinião já somos vistos assim faz algum tempo, porém isso não deve preocupar a diretoria atleticana. Afinal de contas, o que vale é arrumar uma forma de arrecadar dinheiro para se manter, seja com a venda de jogadores ou com a cobrança dos direitos de arena e de imagem.

Este é o Clube Atlético Paranaense. Ame-o ou deixe-o! E segue o baile...


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