Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

O treinador

08/04/2008


Tempos atrás, o colunista Carlos Alberto Pessôa em suas colunas na Gazeta do Povo, argumentava sobre a real importância do treinador de futebol. Se minha memória não me trai ele dizia que quem ganha o jogo, na verdade, são os jogadores.

Eu discordo. Um bom treinador ganha um jogo, assim como ganha um campeonato. É claro que ele precisa ter nas mãos bons atletas, caso contrário o fracasso é certo.

Por isto vou falar do nosso treinador, Ney Franco.

Bom treinador ele é. Chegou, e com muito trabalho conseguiu nos livrar da zona do rebaixamento e ainda por cima, conquistou uma vaga na Sul-Americana. No Campeonato Paranaense conseguiu bater a incrível marca do Furacão de 49, doze vitórias seguidas. Ele tinha um grande elenco na mão no passado? A resposta é não, apenas uma equipe mediana. E neste ano ele tem um grande time nas mãos? A resposta é não também. Tem grandes jogadores como Antonio Carlos e Valencia, mas o time também está aquém do necessário para o segundo semestre.

Confio no trabalho do Ney Franco, porém algumas ações dele acabam me irritando. É fato que o treinador rubro-negro é defensivo. Tem como prioridade não levar gols, para depois fazer. Não há nada de errado nisto, porém alguns jogos permitem um pouco mais de ousadia e aí Ney Franco peca.

Outro ponto negativo fica na questão das substituições. Fato: Ney só altera o time depois dos 15 minutos de segundo tempo. Ganhando ou perdendo o procedimento é mesmo. Algo de errado nisto? Não, cada um tem a sua opinião e convicção, mas considero isto falta de ousadia e digo novamente, algumas partidas permitem um pouco mais de audácia.

Por fim, a insistência com alguns atletas. Todas merecem uma chance, mas o Willian não tem condições para ser titular, o Piauí não é meio campo. Sei que quem acompanha o dia a dia do clube é ele, mas pelas partidas que vi são os meus argumentos para as afirmações que fiz.

Quero, assim como grande parte da torcida, o sucesso e a permanência do treinador por um longo período, mas uma leve mudança no comportamento não seria nada ruim.


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