|
|
Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
|
|
|
|
O torcedor do Atlético precisa de atenção, carinho, amor e compreensão. Além disso, precisa discutir a relação com o Clube e sua diretoria. Essas conclusões são absolutamente óbvias e a diretoria vem caminhando, ainda que em um ritmo lento, na direção dos torcedores.
Os pacotes mais acessíveis são um bom exemplo disso. Depois de um tempo sofrendo de surdez crônica, alguém resolveu escutar o apelo da massa. Um clube Top de Marketing por isso, premiado pelo "case" de sucesso daquilo, ou com o maior “recall” daquela outra coisa, simplesmente não escutava seus torcedores. Com uma agência de comunicação contratada para “cuidar” da imagem do Clube, é de se lamentar o tempo desperdiçado sem uma boa pesquisa qualitativa, que facilmente apontaria o divórcio quase consolidado entre torcedor x clube, já há bastante tempo.
Demorou mas está acontecendo. Aos poucos algumas situações já estão sendo revertidas e, em minha opinião, faltam apenas desatar alguns nós para fazer o Caldeirão voltar a ferver de fato. É aí que entra em ação o Setor 108.
De forma não planejada, os torcedores “desorganizados” que foram obrigados a sentar perto uns dos outros sem se conhecerem, acabaram constituindo novas amizades, criando iniciativas que podem ser detectadas pelo marketing do clube, alavancar dezenas de outras manifestações que vão fazer o Atlético ampliar cada vez mais os seus sócios. No SETOR 108 há um grupo de caras, que reúne para jogar bola pelo menos uma vez por semana, as famílias já são amigas e até mesmo uma camisa do Setor já mandaram fazer. Que tal aproveitar essa experiência e espalhá-la pelo estádio, criando interferências visuais com bandeiras, papel picado ou qualquer coisa que ajude a Arena a ficar ainda mais bonita?
Por fim, o Clube não pode esquecer o torcedor mais velho. Não o aposentado, mas aqueles que como eu, não deixo o trabalho para participar de uma “Caça ao Tesouro” em pleno horário do expediente. Uma ação como essa fica limitada a adolescentes que ainda não ingressaram no mercado de trabalho. E nós, coroas, como ficamos? Quero participar das coisas do Clube também! E quem não quer ganhar um Ipod ou seja lá o quer for, com a marca do Furacão?
Vamos ficar atentos ao que o pessoal do Marketing do Corinthians está fazendo. Por lá agora estão um grupo de profissionais publicitários, torcedores do Timão, atentos a movimentação das ações de marketing voltadas ao torcedor no mercado internacional, sem desconsiderar as especificidades brasileiras. A camisa roxa é a ponta do “iceberg”.
O Atlético inovou em muitas coisas e, de certa forma, nos acostumou “mal”. Estamos ávidos por novidades, pelo cumprimento das boas promessas e, acima de tudo, por craques e um time vencedor. Mas isso é outra história!
|
Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.