Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Ídolos de barro?

04/04/2008


"Não podemos nos curvar a uma vertigem de esquecimento que os crescentes fluxos da informação tendem a acentuar".

Onde estão os ídolos recentes da história do Atlético? Onde estão aqueles atletas que fizeram dos atleticanos essa legião de malucos fanáticos, acostumada a lotar estádios, berrar de forma alucinada pelo time, empurrando, defendendo, exultando e amando as cores do Furacão?

Fui ao Museu do Boca Juniors em Buenos Aires. Fiquei impressionado com a forma pela qual eles tratam os atletas que foram ídolos do clube, em especial é claro, Maradona. Na Internet, nas dependências do clube, em todos os lugares, o Boca é majestoso por valorizar suas tradições e sua história. No Brasil, a torcida do Flamengo, por exemplo, estampa o rosto dos seus maiores jogadores nas bandeiras gigantes que leva ao Maracanã.

O que fazemos de forma sistemática aqui? Todos já devem ter testemunhado ou tido conhecimento das humilhações que passam alguns ídolos do Furacão para entrar na Arena. Alguns jogadores que fizeram história por aqui passam por momentos complicados em suas vidas privadas, mergulhados no obscurantismo e nas incertezas do dia de amanhã. Sim, eu sei que não souberam aproveitar os tempos da fama, deixando o dinheiro fácil embaçar o discernimento e a capacidade de se preparar para o futuro. O futuro chega rápido demais para quem não se prepara para ele.

Recentemente, tivemos uma primeira iniciativa que foi a homenagem aos craques do Furacão de 49. Fiquei feliz com isso e tenho convicção de que precisamos avançar mais nessa direção, com a criação de nossa galeria de troféus, nosso Museu Multimídia na Arena, de um camarote para os ídolos do passado e de ações que nos levem a um mergulho em nossa história.

Washington, Assis e Ziquita (sim amigos, Ziquita pelos famosos quatro gols no Colorado - 4 x 4) dentre muitos outros que o site Furacao.com tão bem aponta em sua página. Não vamos permitir que nossos heróis partam sem o devido reconhecimento. Ídolos merecem ser eternizados em "bronze" pois o "barro" tende a ser destruído muito facilmente.


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