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Silvio Toaldo Júnior
Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.
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2014: A Copa só pode ser aqui
03/04/2008
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O slogan da campanha que a Furacao.com iniciou no último dia 25 de março é forte, coeso e mostra a vontade de todos nós, curitibanos. Queremos e sabemos que a Copa de 2014 pode ser aqui em Curitiba. Por “n” motivos que serão expostos durante várias semanas no conteúdo do site, entendo que deixar Curitiba de fora de um evento dessa magnitude, não é uma decisão das mais inteligentes.
O objetivo maior da campanha é a união de todas as frentes da cidade, sejam estas: a Prefeitura Municipal de Curitiba, o Governo do Estado do Paraná, a Associação Comercial do Paraná, além, é claro, de Atlético, Coritiba e Paraná Clube. Todos têm a ganhar, invariavelmente. Se a Copa do Mundo de 2014 estiver presente em solo paranaense, alguém duvida que o CT da Graciosa (Coritiba) ou o novo CT de Quatro Barras (Paraná), não serão utilizados por nenhuma delegação que venha a jogar aqui ou em algum dos Estados próximos?
Só que a luta não é solitária, a luta não pode ser de apenas uma pessoa como foi até meados de fevereiro. Até aquela data, apenas o presidente do conselho deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia, lutava contra tudo e contra todos. Da sua maneira é claro, mas lá estava ele brigando para trazer a Copa para Curitiba e para a Arena da Baixada.
O grande passo para a indicação de Curitiba foi dado no dia 20 de fevereiro quando o governador Roberto Requião esteve na Confederação Brasileira de Futebol visitando o presidente Ricardo Teixeira e colocando Curitiba e o Estado do Paraná à disposição da entidade e da FIFA, demonstrando assim o real interesse em receber o maior evento esportivo mundial. A expectativa fica para imaginarmos quais delegações viriam se hospedar e jogar aqui: italianos, alemães, poloneses, japoneses, ucranianos ou alguma seleção sulamericana (pela proximidade) seriam muito bem recepcionados pelo povo curitibano.
Se não formos egoístas e olharmos apenas para nossos umbigos, toda a cidade sairá ganhando, desde os clubes, caminhando pelo turismo em nossa cidade e imediações, chegando ao comércio da revitalizada Rua XV de Novembro. Além desses atrativos o bairro gastronômico de Santa Felicidade deve ser um dos que mais irá receber turistas. A comida típica italiana vai encantar os "gringos" e os brasileiros que ainda não conhecem o mais italiano dos bairros de Curitiba.
No começo do ano o excelente colunista Rafael Lemos escreveu sobre Curitiba e seus habitantes. Alguns não gostaram do teor da coluna de Rafael, que citou a autofagia do povo curitibano. A verdade é uma só, nós curitibanos somos fechados por natureza, qualquer pessoa que puxa papo com você no elevador ou dentro do ônibus é alvo de desconfiança, por isso, esse é um ponto importantíssimo a ser trabalhado pelas nossas autoridades governamentais. Deve ser feito um programa de reeducação da população, para que taxistas, comerciantes e hoteleiros, que serão os que mais trabalharão em 2014, recebam bem os nossos visitantes.
Na contramão de toda essa empolgação de Curitiba ser anunciada ou não como sede de uma das delegações, recebi na semana passada, um e-mail do leitor Washington Guedes de Souza, de Olinda/PE que estava preocupado porque no bairro chamado Salgadinho na periferia de Olinda, centenas de famílias serão despejadas dos seus lares (se a cidade for indicada como uma das sedes da Copa) para dar lugar a Arena Recife/Olinda, onde eles terão um centro de convenções, um multiplex de cinema e um teatro.
A preocupação dele vai mais além do simples despejo (não é a simples indenização que está em jogo e sim toda uma história dos moradores da região) e deve ser aplicada e analisada nas demais capitais do Brasil. O jogo de interesse em trazer a Copa do Mundo para Estado A, B ou C está somente em alavancar o turismo e o comércio de cada região ou existe algum outro interesse político por trás disso tudo? Por que desapropriar tantas famílias, se logo ao lado da Arena Recife/Olinda existe um enorme centro de convenções onde é realizado o CINE-PE (Festival de cinema de Pernambuco), onde está localizado o Teatro Guararapes, um dos maiores da América Latina, e Olinda ainda o tem o Shopping Tacurana (que funciona nos mesmo moldes do Estação Convention Center aqui de Curitiba). O alerta que Washington fez foi no sentido de que os interesses políticos estão se sobressaindo aos interesses populares como o de calçar as ruas de Olinda e o saneamento básico. Seriam os políticos de Pernambuco mal intencionados ou incompetentes? E eu ainda incremento a crítica dele: os demais políticos sejam eles na esfera municipal, estadual ou federal, são diferentes dos políticos de Pernambuco?
Em Curitiba a situação é diferente, a Arena da Baixada já está construída, ou previamente construída como queiram. O colégio já saiu dali, o fechamento do anel inferior da Baixada é eminente e deve ficar pronto em alguns meses, conforme o presidente Petraglia. Aqui não será preciso desapropriar ninguém, os terrenos em torno do Joaquim Américo já pertencem ao Furacão e os que ainda não pertencem devem ser negociados em breve e toda a área ficará livre para a ampliação do estádio rubro-negro.
De qualquer forma, a disputa entre as cidades candidatas será acirrada e cada uma das 18 cidades tentará da sua maneira ser uma das indicadas pela FIFA e pela CBF. O trabalho será árduo e cansativo, mas a recompensa, com certeza, virá. A união da população de Curitiba será o diferencial para que a nossa cidade seja indicada.
A expectativa é grande e até o final deste ano ou no máximo no começo de 2009 deveremos ter confirmada a indicação de Curitiba, a partir disso, todo um trabalho deve ser realizado com a rede hoteleira da cidade e com a revitalização dos principais pontos turísticos. Uma nova solução para o transporte, que em horários de pico fica intransitável, deverá ser encontrada e os nossos clubes devem deixar o amadorismo de lado e seguir o profissionalismo, já implantado do Clube Atlético Paranaense.
Curitiba está de braços abertos para receber a Copa do Mundo de 2014, que os deuses da bola iluminem nossos governantes e os dirigentes da FIFA em conjunto com a CBF e que a notícia positiva seja comemorada por todos nós.
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