Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Evoluindo, outra vez

31/03/2008


Talvez o Atlético esteja um pouco distante do nível de futebol que precisará praticar a partir de agora, principalmente em se tratando de campeonato brasileiro. É comum, diante de qualquer jogo, especialmente os jogos na Baixada, observarmos o jogo e imaginarmos o que podemos esperar deste time, deste ou daquele jogador, em um jogo contra os grandes do Brasil, tendo em vista que vários dos considerados grandes do futebol brasileiro estão em busca de qualificação e prometem entrar com tudo a partir de maio, quando terá início o brasileirão.

Falta muito para nós, é verdade, mas precisamos de um ponto de partida. Por isso considero o jogo da Baixada, contra o Engenheiro Beltrão, um ponto de partida, o início de bons tempos que certamente esperamos que cheguem rapidamente, principalmente por estarmos na reta final do campeonato paranaense. É uma espécie de remodelagem do time, a busca de uma maneira ideal para se jogar e o deslocamento de novas peças para a recomposição da equipe dentro de campo.

Por essas e outras gostei do que vi na vitória por 2 x 1 contra o bom time do noroeste do estado. Pudemos observar a boa movimentação de alguns jogadores, como Pimba e Léo Medeiros, comprovar a consistência da nossa defesa, tendo como maestro o zagueiro Antonio Carlos, que mostrou após sua saída que a sua ausência prejudica e muito o sistema defensivo do Atlético. Da mesma forma, a ausência de Valencia no segundo tempo de jogo fez valer o crescimento do Engenheiro Beltrão na segunda etapa, tendo em vista a recuperação do seu bom futebol e sua qualidade dentro de campo. Com Piauí liberado para o jogo ao lado do excelente Netinho, o Atlético mostrou outras maneiras de jogar, diferente daquelas maneiras previsíveis após as saídas de Ferreira e Claiton. Com estes dois desfalques, o Atlético passou a ser um time comum, sem interesse e sem inspiração, sem criação e sem ousadia, fatores que esperamos poder recuperar com a afirmação de Pimba no time titular, o ritmo de jogo de Léo Medeiros e a habilidade e visão de jogo de Netinho.

Estamos carentes de jogadas mais ofensivas? De alas de qualidade? De criação no meio campo? Diria que sim, ainda estamos carentes, mas aos poucos estamos reencontrando o bom futebol. É preciso ter um pouco de paciência, tendo em vista os fatores negativos que aconteceram com o Atlético dias atrás. É preciso que a torcida ofereça mais do que votos de confiança ao time. Ofereça apoio, incentivo e estímulos. As vaias contra o Engenheiro Beltrão mostraram as duas faces da torcida do Atlético. Aquela que vai ao estádio apoiar e empurrar o time para a vitória, e aquela que está impaciente, como se o time tivesse a obrigação de ser perfeito do início ao fim do jogo.

Isso é futebol, não é um esporte previsível, e o Atlético, dentro de seus limites e dentro de sua nova realidade, deixou a certeza de que os bons tempos estão prestes a ressurgir.


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