Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

Deram vida a seu Américo

24/03/2008


Em uma das últimas visitas que fiz a Guarapuava conheci um senhor chamado Américo. Um senhor cheio de vida, dono de uma fábrica de biscoitos. Do alto dos seus 84 anos de vida, seu Américo é uma enciclopédia ambulante. Mas como toda máquina sem sua devida manutenção, seu Américo foi pego de surpresa e esteve internado por duas semanas no Hospital São Vicente de Paulo.

Quando soube do problema de saúde do meu amigo Américo, fiquei muito preocupado e não acreditei, pois estive com ele no início deste ano e ele me pareceu estar com uma saúde invejável e ainda me prometeu um ano cheio de realizações. Por ser uma pessoa simples, mas de uma vida financeira tranqüila e estável, fruto do seu árduo trabalho, seu Américo é uma pessoa respeitadíssima na sua cidade.

No nosso último papo ele me confidenciou que pretendia alavancar as vendas da sua empresa. Ele fabrica um dos melhores biscoitos do interior do Paraná e queria trazer seus biscoitos para a capital e se desse certo a sua nova empreitada queria começar a vender para o restante do Brasil e continuar o seu projeto que começou quando ele tinha 76 anos quando ele obteve sucesso com seus primeiros biscoitos enviados ao exterior.

Seu Américo sempre foi um visionário, sempre esteve um passo a frente dos seus concorrentes. Nos últimos anos a sua empresa cresceu assustadoramente e passou por um grandioso processo de transformação e muitos dos seus amigos, colaboradores e admiradores não entenderam o que ele pretendia. O tempo foi passando e aos poucos, com pulso forte, seu Américo administrou da sua maneira a sua fábrica de biscoitos.

O bom velhinho guarapuavano começou o ano de uma forma estupenda. Sua fábrica estava a todo vapor, os pedidos em carteira estavam superando as expectativas e tudo ia às mil maravilhas até que o meu amigo teve um descuido. O bom velhinho não cuidou direito da sua saúde e deixou de tomar seus remédios para a pressão e teve que ser levado as pressas para o hospital. Chegando lá constataram que ele estava com uma das veias entupidas e o que iria lhe salvar era um cateterismo.

Durante duas semanas seus concorrentes comemoraram a queda de seu Américo, durante duas duras semanas seus algozes zombaram da sua saúde e davam como certa a morte do bom velhinho de Guarapuava. Ledo engano, no último domingo, seu Américo saiu da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Vicente de Paulo. É claro que ele ainda requer cuidados, mas a simples transferência da UTI para o quarto foi suficiente para deixar seus concorrentes preocupados.

Deram vida para o meu amigo Américo. Fizeram o bom velhinho respirar sem aparelhos, enfim lhe deram mais uma chance para viver. Agora, vocês não vão acreditar no que ele me contou. O bom humor de Américo fez ele me contar a seguinte história:
- Silvio, meu amigo, você não vai acreditar, mas eu fui até o céu, bati na porta do paraíso e veja a minha sorte: São Pedro estava ocupado e não pôde me atender, então voltei correndo para os braços dos meus familiares e amigos.
Eu lhe respondi assim:
- Só o senhor mesmo seu Américo, brincar numa hora dessas.
Ele no alto da sua sabedoria e dos seus 84 anos de vida, finalizou nosso papo me dizendo assim:
- Você ainda é um menino, quando você estiver com a minha idade saberá exatamente o que estou te falando. Aproveite bem a sua vida, viva hoje como se fosse teu último dia.

Despedimos-nos e tirei a seguinte conclusão desse período em que seu Américo esteve afastado da sua empresa de biscoitos: Esse velhinho é danado demais, mostrou muita garra e muita força para viver. Ele ganhou uma chance e aproveitou este momento para refletir se essa era a melhor maneira dele conduzir a sua saúde e tenho certeza que ele sairá sem nenhum arranhão desta, sabem por quê? Porque seu Américo é um homem vencedor.

Agora voltando ao nosso dia-a-dia atleticano, acho que dá para fazermos uma comparação entre a nova vida do seu Américo e a nova vida do Furacão. Tiveram a chance de “matar” o Atlético, não quiseram ou não conseguiram. A vitória contra o Iraty deu vida ao Rubro-negro, a mesma vida que os médicos e enfermeiros deram a seu Américo. Com isso a choradeira já começou e os adversários do Furacão já começaram a temer pelo nosso sucesso.

O Furacão voltou e só depende de si para se recuperar e seguir em frente rumo à conquista do Paranaense 2008. Força Atlético! A sua garra e vontade fizeram com que a torcida atleticana acreditasse mais uma vez que podemos ser campeões em 2008.


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