Wagner Ribas

Wagner Ribas, 42 anos, consultor, acima de tudo pai e atleticano, costuma viver na Baixada as suas maiores alegrias. Foi colunista da Furacao.com entre 2007 e 2009.

 

 

Em defesa de Ney Franco

18/03/2008


Tem torcedor querendo atribuir a derrocada do time atleticano ao excelente técnico Ney Franco.

Há reclamações que ele mexe mal, ou que demora muito para fazer alterações durante a partida. Mas o fato é que ele não tem opções de qualidade no banco de reservas para modificar a equipe para melhor.

A espinha dorsal da equipe que começou o ano, e que era formada por Antonio Carlos, Valencia, Claiton e Ferreira, foi desfeita. Perdemos três jogadores titulares, o coração, que exercia suprema liderança no meio de campo atleticano, o motorzinho, que dava ritmo e criava as principais jogadas de ataque e, querendo ou não, o líder em assistências na temporada, Jancarlos.

E quem veio? Quais foram as peças de reposição contratadas para substituí-los? Sabemos que até agora ninguém.

O que sobrou ao Ney, foi se virar com o material que tinha em mãos. Infelizmente, e como já era de se esperar, os suplentes não estão rendendo a contento. E mesmo jogando esse fraquíssimo campeonato paranaense, não conseguem se impor perante os adversários. Sem contar a queda de rendimento de outros que já eram titulares, como Irênio e Marcelo Ramos. Se bem que o Irênio, sinceramente, ainda não jogou o que dele se esperava, passa o jogo todo brincando de esconde-esconde e não cria nada.

Os jovens Choco e Pimba ainda podem vir a dar muitas alegrias à torcida atleticana, mas ainda falta a eles algo que é primordial nessa situação: experiência. Ney Franco está certo em não queimá-los e colocá-los em campo na fogueira, tendo que fazer a diferença, é jogar muita responsabilidade para os meninos.

Ney Franco, se não é o melhor, está entre os melhores técnicos que já passaram pelo Atlético nos últimos tempos, e o que não podemos, ainda mais nesse momento onde as coisas estão se complicando, é perde-lo.

Até onde foi possível, ele conseguiu tirar leite de pedra. Mas chegou num momento em que, ou a diretoria se mexe e contrata jogadores de qualidade e personalidade para assumirem o colete titular, ou o próximo a sair desse barco que navega por águas bravas, será Ney Franco.

As opções no mercado existem, e o momento não é para apostas.

Agora, a pergunta que não consegue me calar: por que jogadores de Figueirense, Goiás, Atlético Mineiro, entre outros, não são tão assediados como os nossos?


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