Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

O injustiçado

28/02/2008


Já que o colunista Juarez Villela Filho não quis escrever sobre as críticas da torcida sobre o garoto Pedro Oldoni, eu vou me atrever a escrever. De antemão, aviso aos navegantes que não gosto do futebol do atacante atleticano, mas respeito muito a sua dedicação, sua vontade de acertar e seu amor pelas cores rubro-negras.

Pedro é alvo constante de pesadas críticas por parte da torcida e dos analistas de futebol. É complicado, muito complicado para um garoto da envergadura de Oldoni, ganhar a titularidade do Furacão e cair nas graças da torcida. Por mais esforço que ele faça, parece que a bola insiste em se separar dele. É como se a polaridade do imã estivesse invertida.

Imagino que a intenção momentânea de Pedro Oldoni não seja ser um eterno ídolo da torcida atleticana, acho que a única coisa que ele precisa e quer agora é paciência e respeito de todos, para trabalhar com tranqüilidade e para continuar fazendo seus gols com a camisa do Atlético.

Também imagino o quão difícil deve ser para ele e para sua família agüentarem quietos as críticas, a única forma de extravasar é fazendo gols e foi o que ele se propôs a fazer nas duas últimas apresentações do time no campeonato paranaense. Foi dele o gol histórico das 12 vitórias consecutivas e foi dele o gol de empate que manteve o time invicto no Estadual 2008.

Mas de uma coisa tenho certeza (mesmo não conhecendo Pedro Oldoni pessoalmente), ele deve ter a sua consciência limpa, ele deve deitar e dormir, porque ele trabalha duro, percebemos isso claramente nas partidas que ele entra. Se lhe falta qualidade fora da área, dentro da área ele tem faro de gol e se bobear ele faz mesmo. Eu concordo que ele muitas vezes está ansioso e afobado, parece desesperado para fazer com que a bola ultrapasse a última linha do gol adversário, mas isso ele deve perder com o tempo, ele necessita ter tempo de jogo, aprimorar cada dia mais os fundamentos básicos do futebol e precisa de apoio.

Do técnico Ney Franco, da comissão técnica e de seus companheiros ele já tem, falta apenas da torcida, quem sabe nós torcedores, mesmo os que não gostam do futebol dele como eu, não consigamos fazer com que ele se torne sim um grande goleador dentro do Atlético. Posso estar pedindo demais, mas para quem já viu Dinei e Marcelo Macedo serem titulares do Furacão por que não dar um voto de confiança para Pedro Oldoni?

A favor de Pedro Oldoni pesa o rompimento que ele teve com a Massa Sports, o simples fato de ter deixado a sua antiga assessoria já deveria servir para que ele fosse respeitado pela torcida, mas isso não bastou, a cada dia o garoto de Pato Branco tem que matar um leão para conseguir o respeito que tanto almeja. E tem mais um porém, ele só irá conseguir esse respeito a partir do momento que entrar no time e descambar a fazer gols.

Força, garoto! Trabalhe com afinco que um dia terei o maior prazer em lhe aplaudir de pé dentro da Arena da Baixada lotada, aliás, eu e toda a torcida atleticana.

Copa do Brasil

O resultado foi bom, mas não foi o esperado. E não venham com essa que o calor atrapalhou o time rubro-negro. De antemão era sabido que o Atlético não encontraria moleza, mas as ausências de Claiton e de Marcelo Ramos foram cruciais para não voltarmos com a classificação na bagagem. Agora nos resta esperar até o dia 06 de março para o jogo de volta. Será que a torcida estará empolgada até lá? Sem reforços e sem promoção de ingressos, esqueçam casa cheia contra o timão alagoano. Ah, estou comentando o resultado do jogo, pois infelizmente não tive como acompanhar a transmissão em tempo real.

O desmanche

O que eu imaginava que não aconteceria em 2008, infelizmente está acontecendo. O time que pareceu forte até então começa a perder peças fundamentais para a continuação da temporada.

De Ferreira, perdemos a qualidade e a genialidade do colombiano. Em Jancarlos vimos um início de ano muito bom, quem sabe para ser negociado com algum clube do eixo, mas não nos deve fazer falta. Já a perda de Claiton será a mais sentida dos três, a liderança e o carisma do capitão atleticano fará muita falta. Somos carentes de jogadores assim, que vestem a camisa, que batem no peito e que não deixam qualquer adversário intimidar o trio de arbitragem dentro da Baixada.

Espero que a diretoria se pronuncie sobre o caso. Antes apoiada pelos torcedores, a diretoria atleticana começa a perder força justamente por entraves como estes. É o sistema de sócios que não funciona, é a perda de jogadores titulares e a falta de reposição à altura. Até quando vamos conviver com esse comércio dentro do Atlético? Quero deixar claro que não sou contra a venda de ninguém, nenhum jogador é insubstituível, mas a falta de contratações de peso vai comprometer o ano rubro-negro, disso eu não tenho dúvida.

Ferreira, Jancarlos e Claiton já se foram. Falta mais alguém? O último, por favor, apague a luz e feche a porta.


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