Wagner Ribas

Wagner Ribas, 42 anos, consultor, acima de tudo pai e atleticano, costuma viver na Baixada as suas maiores alegrias. Foi colunista da Furacao.com entre 2007 e 2009.

 

 

Chute no saco

26/02/2008


Nós, homens, sabemos como dói, ou pode doer um chute, bem dado, no saco. Para as mulheres, seria equivalente a uma dor de parto normal, de gêmeos.

E assim como um parto, e sua dor, um chute no saco deixa seqüelas, deixa conseqüências, algumas delas irreparáveis, inclusive.

Imagine a situação, você ali amigão, parado, de olho no movimento, de olho na vizinhança, de olho nas carcaças, e de repente vem um sacana e lhe chuta o saco. Do nada. Assim, sem motivo algum, lhe acerta uma bela bicuda no meio dos ovos.

Imagine outra cena então, camarada. Você lá, ou melhor, quase lá, quase botando o bichano pra cuspir, e eis que ela lhe chuta o saco. P#@# que dor! Como ficarão os futuros herdeiros, se é que virão!?

Chute no saco é igual dedo no olho. Nada é mais sujo ou humilhante do que chute no saco. E assim como dedo no olho, chute no saco deixa seqüelas.

Há também aquele chute no saco metafórico. Muito utilizado para aquelas coisas que não entendemos as razões e tampouco nos agradam.

Por exemplo, ver Michel em campo no último domingo, quando Piauí vinha sendo o reserva imediato de Netinho na posição. Um tremendo chute nas bolas!

Chute no saco é ver nossos principais jogadores indo, e não podermos(?) fazer nada para segurá-los. Hora por estarem em idade avançada e precisarem grana adicional em suas contas bancárias, hora por serem jovens e receberem propostas tentadoras e irrecusáveis(?).

Chute no saco é ver a manipulação de agentes e empresários sobre novos jogadores, ou ainda, a total desinformação(?) que outros jogadores tem ao assinar contratos e depois não cumpri-los alegando desconhecimento de causa. Ai que dor!

Pelé, que com a bola (sem trocadilhos por favor) nos pés foi um gênio, hoje faz leis. Que baita chute nos ovos dos clubes de futebol no Brasil.

Não faltaria metáforas para definir o chute no saco, mas nesta quarta-feira tem Furacão 2008, ou pelo menos parte dele, em campo.

Chutemos as bolas, digo, os ovos, de nossos adversários alagoanos e vamos que vamos, chutando bola por bola, e quem sabe, poderemos, ainda, conquistar o título da Copa do Brasil. Que de tão desejada, chega a dar dor nos ovos.


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