Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Atlético facts

25/02/2008


Poderia escrever sobre a pegação no pé sobre o garoto Pedro Oldoni, que faz aquilo que esperamos de um camisa 9: gols. A mesma torcida, extremamente crítica ao futebol do rapaz, atleticano de coração, que faz muitos gols pelo pouco tempo em que está em campo, que largou os empresários que já prejudicaram o Atlético e agora o fazem com os coxas, não apupa com tanto entusiasmo o veterano Irenio que até agora não mostrou a que veio.

Talvez devesse escrever sobre o fim das vitórias ininterruptas, afirmando inclusive que, quebrada a marca histórica, era melhor que ocorresse agora do que nas fases decisivas, posto que garantimos a primeira colocação e teríamos sim que poupar alguns titulares para uma longa viagem e um jogo no calor nordestino às 3 da tarde de quarta-feira.

Poderia também, quem sabe, me mostrar indignado pelo começo do desmanche de um time, que a bem da verdade nada conquistou ainda. Se foram Ferreira, Jancarlos e ao que tudo indica o líder e capitão Claiton deve estar indo. Para um ano que parecia tão promissor, chega a desanimar um pouco, mas ainda quero continuar a confiar na mudança de prioridades da direção, mais futebol e menos empresa. Títulos ao invés de parcerias, galeria de troféus ao invés de negociações.

Mas lembrei de um fato estranho, uma maneira de coxas e paranistas serem e pensarem que me intriga e que cresce dia a dia. Uma rivalidade doentia de ambos para com o Atlético, quase que uma união no melhor estilo “todos contra um”. Tudo que o Atlético faz ou fez tem algo de sobrenatural, de oculto, de roubalheira, de sacanagem. Vamos a alguns mitos que criaram acerca do clube mais popular da terra das Araucárias:

- o sistema de som da Baixada toca músicas da torcida sobre os adversários. Sim!! Acreditem, eles acreditam que o som da Kyocera Arena, muito ruim por sinal, fica tocando cantos da galera para parecer ou justificar que cantamos o jogo todo. Imaginação fértil da moçada!

- a Baixada nova foi construída pelo Bispo Edir Macedo com dinheiro de sua Igreja evangélica. Dentre as conspirações contra o rubro-negro essa é uma das mais engraçadas. Certa vez houve culto evangélico no Joaquim Américo, com seus organizadores tendo alugado o espaço assim como recentemente fez a Volvo do Brasil para comemorar seus 30 anos em terras tupiniquins, fê-lo o pessoal da Elma Chips ao patrocinar um Festival de Reggae e também produtores da banda Rebeldes. Nem por isso estes últimos são “sócios” do Atlético, somente o Bispo, vá entender!

- o Atlético só construiu o CT porque o Governo do Estado pagou uma indenização milionária pela desapropriação do antigo PAVOC. Quem acompanha um pouco de política sabe da estreita relação que existia entre o então Governador Jaime Lerner e o Presidente Petraglia. E quem passa ali pelo canal extravasor chegando em São José dos Pinhais vê a olhos claros que foram feitas grandes obras de barragem e que evitam o assoreamento do rio, evitando as enchentes na vizinha cidade. Era do Atlético, foi desapropriado e pago. Simples!

- o Atlético pagou para que Kleberson fosse para a Copa do Mundo, valorizando-o. Já que Antonio Lopes havia treinado o Furacão e era auxiliar técnico do Felipão, a teoria se fecha por si só. Bancando o garoto, o Atlético o teria valorizado, teve a “sorte” dele ir bem e se firmar como titular na Copa de 2002 e mais sorte ainda em ser campeão. Desprezam o fato do garoto ter ficado em 2º lugar na Bola de Ouro da Placar de 2001, perdendo somente porque Alex Mineiro só faltou fazer chover nas últimas 4 partidas, esquecendo-se também do fato de que na final, tirando os 2 gols do Ronaldo, a figura que mais brilhou foi Kleberson.

Enfim, o sem número de barbaridades que inventam para tentar diminuir o que é, o que representa e o que faz o Clube Atlético dos Paranaenses parece nunca ter fim. Se ao menos usassem de toda essa imaginação para ajudar seus times, que usassem desta criatividade impar para buscar soluções para os problemas que existem dentro de próprio quintal, poderiam estar ao lado do Atlético, conseguindo rivalizar conosco e fazendo todo o futebol paranaense crescer. Enquanto a mentalidade deles for essa, melhor para nós com toda certeza!


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