Jones Rossi

Jones Rossi, 46 anos, é repórter do Jornal da Tarde, em São Paulo, e um dos fundadores do blog De Primeira. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Para sempre, Atlético

16/02/2008


Quando o Atlético entrar em campo esta noite em União da Vitória estará dando o primeiro passo para este time entrar para a história e reafirmar nosso destino inequívoco de maior time do mundo.

Vencer onze partidas seguidas no mesmo campeonato não é para qualquer um. É preciso estar destinado à grandeza para feitos deste quilate. Assim foi forjado o Furacão de 1949, o Atlético que transformou Furacão em nome próprio. E agora temos o Furacão de 2008, que, ao fim do jogo de hoje, às 22 horas, estará guardado na eternidade.

Não precisamos ter visto o Furacão de 49 para admirar o futebol praticado por aquele esquadrão, formado por verdadeiros rubro-negros, jogadores que até hoje guardam o Atlético em seus corações e mentes. Não precisamos do video-tape para reafirmar a grandeza de 49. Só precisamos saber que se fardavam de rubro-negro e destruíam os adversários.

E 2008 não está sendo diferente. O que é mais admirável é que já não temos um onze composto apenas de atleticanos, como era o mítico time de 49. São jogadores que já passaram por todo o Brasil. Mas ao chegarem aqui comportaram-se como se tivessem vivido desde pequenos nas cercanias da Baixada, tomassem chope com os Fanáticos, batessem bola na praça do Atlético desde a infância. São encarnações modernas dos nossos craques de 60 anos atrás. Ao chegarem na Baixada, passaram a carregar parte do DNA de Jackson, Cireno, Nilo e cia. Peguem um microscópio e verão este DNA em cada camisa do Atlético que sai da fábrica da Umbro. Está entranhado nas fibras rubro-negras, a tradição, o vigor sem jaça.

Volto ao fato do Atlético ser o maior do mundo, do universo. É o nosso destino. Não temos uma galeria de títulos como a do Real Madri, nem a torcida do Flamengo. Nunca precisamos de nada disso para sermos os maiores. Somos porque somos, e isto basta. De vez em quando ganhamos demonstrações práticas de nossa grandeza, como o Furacão de 49, os times de 83, 96, 2001, 2004 e 2005, quando nossa camisa nos levou à final de um torneio continental. Hoje teremos outra. E assim caminhamos para o sempre, para a eternidade.


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