Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Motivos

08/02/2008


O Atlético está vivendo um grande momento. Com 100% de aproveitamento e atuando como um verdadeiro rolo compressor, a equipe comandada por Ney Franco, passo a passo, vai costurando a faixa de campeão. Falta muito, é verdade, mas a superioridade Rubro-negra aponta o Atlético como um dos grandes favoritos ao título. Este motivo bastaria para levar o torcedor à Baixada no domingo e incentivar o time contra o Londrina, às 16h00.

Mas tenho comigo que a motivação para ver a Arena colorida no domingo vai além do grande momento do Atlético. Podemos utilizar isto como base, mas talvez possamos voltar um pouco no tempo e buscar os fatos que nos trouxeram até aqui e fizeram com que o Atlético transformasse um campeonato frio em um campeonato de valor, se não financeiro, moral.

Se formos analisar e procurar um ponto de partida, podemos concluir que tudo mudou após a chegada de Ney Franco. Parece que foi estabelecido um plano de administração e a partir daquele jogo em Porto Alegre, quando fomos “roubados” contra o Internacional, o Atlético não foi mais o mesmo. Tomou outro formato, voltou a ter uma postura vencedora, planejou fora do campo e obteve os resultados no gramado. Voltou a ser uma equipe disciplinada, inspirada e confiante. Nada que desse errado poderia estar tão errado a ponto de não ser corrigido imediatamente. Assim foi desde o início o trabalho de Ney Franco. Trabalho que ao meu ver, é o grande responsável pelas mudanças de atitude no Atlético.

Quando tudo conspirou a favor, veio a companhia da velha, boa e guerreira torcida do Atlético. Pudemos perceber que estávamos novamente nos sentindo “em casa” na Arena. E mesmo diante de jogos considerados fracos ou sem grandes atrações, conseguimos, ao lado dos 11 meninos de Ney Franco, fazer a Baixada explodir em alegria. E o povo atleticano é responsável por isso: transformar os pequenos momentos em grandes espetáculos. Nisso somos especialistas!

Hoje é evidente a “mudança de ambiente” que foi criada em nosso estádio. A boa fase do Atlético trouxe novamente o torcedor para perto do time. O próprio time, dentro de campo, não se acomoda mais. O padrão técnico e tático estabelecido por Ney Franco está fazendo o Atlético sobrar em campo e conquistar com naturalidade as vitórias. Mais do que isso, é notório, nos olhos de cada jogador, o desejo de vencer. Isso conquista o torcedor, atrai outros e vai aos poucos formando uma aliança em torno do nosso grande ideal.

Portanto, há motivos de sobra para estar na Baixada domingo, apoiando, cantando e comemorando este novo tempo que chegou, esta nova fase que foi estabelecida.

Sócio 2008

Não se pode dar margens às críticas ou provocar a intolerância e a impaciência da torcida com relação ao novo plano de sócios. Seria uma grande bobagem. Ou falta de inteligência. Se o Atlético estivesse fracassado em campo, o plano já estaria funcionando, não tenho dúvidas. Nem que o cadastro tivesse que ser feito a próprio punho.

Os novos planos atraíram o torcedor, o qual aguarda ansioso para pagar R$ 50,00 por mês ao invés de pagar R$ 30,00 por jogo. Seria um baita negócio para o torcedor, já que não temos outra “oferta” para o valor avulso do ingresso, nem mesmo para o tímido campeonato paranaense.

Lá se vai mais de um mês e não podemos esquecer que um faturamento mensal é diferente de um faturamento “por jogo”, mesmo que o público médio seja de 5 ou 6 mil torcedores. Multiplique por 3 ou 4 e terá a receita mensal. Não é preciso ser muito esperto para fazer contas, e para os menos espertos ainda temos as fantásticas calculadoras, instrumento de alta tecnologia.

Já está passando da hora de vigorar o novo plano. Seria um imenso risco mexer com toda a disposição, entusiasmo e encantamento que foi criado em cada torcedor atleticano. Eu não arriscaria.


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