Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Washington: agüenta, coração

09/05/2003


Desde que teve início a especulação em torno da contratação de Washington eu já concordava com tal novidade. Em nenhum momento questionei a busca de mais um reforço para o ataque, já que se tratava de um grande atacante, goleador nato, especialista nas bolas aéreas e com bom domínio de bola. Enfim, um jogador de frente, matador.

Se pararmos um pouco para pensar, pode-se fazer uma análise prática e objetiva do grande elenco ofensivo que o Atlético possui atualmente, além de Ilan e Dagoberto, intocáveis para o professor Vadão. Com a quantidade de atletas que o clube possui para o ataque pode-se montar um outro time. Entre eles, estão lá o fraco Jadílson, o sempre solitário Selmir, o surpreendente Fernandinho, o tão falado Ricardinho, o desconhecido Tüske, o menino Fabinho e o experiente Lê.
Quanta gente tendo a oportunidade de usufruir de um belo centro de futebol chamado Atlético Paranaense! Quanta folha de pagamento rodando para manter em dia o bem estar destes profissionais, que para nós continuam sendo um grande mistério.

O que é mais importante: quantidade ou qualidade? A resposta chegou, e veio direto da Turquia. Precisamos de qualidade, e não de um monte de jogadores que estão na baixada comendo, dormindo e brincando um futebolzinho vez em quando. É o que eu entendo por “mamar na teta do Atlético”. Será que não dá para juntar o salário de uma meia dúzia e investir em um só? Sendo assim, quem estiver relacionado no elenco deve mostrar o porquê merece estar.

Por essas e outras sou a favor e aposto na inovação que é Washington. Homem com grande dignidade, que num gesto de pura hombridade anunciou o desligamento do exterior e veio trazer ao povo atleticano o que mais estamos carentes: gols. Washington tem tudo para cravar seu nome na história do Atlético, assim como seu xará companheiro de Assis, Oséas, Paulo Rink, Lucas, Alex Mineiro, entre outros. Vai cair nas graças do povo atleticano, não tenho dúvidas.

Acompanhei a chegada de Washington ao Atlético, e nas entrevistas concedidas mostrou, com grande humildade uma real motivação e vontade de jogar no furacão. Algumas afirmações me marcaram, mas fiquei realmente muito contente quando mencionou os três fatores principais que influenciaram diretamente em sua transferência: sua péssima situação no Fenerbahçe, com pendência salarial, o grande apoio e solicitação de Oswaldo Alvarez e a grandeza e tradição da
torcida do Atlético, que realmente pesou muito na sua decisão. Segundo Washington, sempre desejou jogar ao lado da calorosa e empolgante torcida rubro-negra.

Admiro em Washington Stecanela Cerqueira, acima de seu bom futebol e acima de qualquer coisa, a sua imensa vontade de viver, com todos os problemas e transtornos que a sua saúde tem lhe trazido. Mas nós, seres humanos, temos que aprender a lidar com as pedras em nosso caminho, assim como Washington aprendeu a lidar com sua doença.

Em reunião realizada ontem (08/maio) com o Presidente Mário Celso Petraglia, Dr. Edílson Thiele, os cardiologistas Dr. Constantino Constantini e o Dr. Paulo Brofmann, estava em pauta não apenas a aprovação do atleta no clube, mas a definição de condições para Washington continuar atuando na profissão. O resultado da reunião foi positivo e Washington é, oficialmente do Atlético, conforme a furacao.com divulgou em primeira mão.

Desejo a você, Washington, um futuro brilhante no Atlético, e continue cuidando bem do seu coração, pois nós precisamos que ele esteja pronto para fortes emoções, para podermos alimentar também os nossos corações atleticanos.


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