Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Ferreirinha

04/02/2008


Não condeno a atitude da diretoria do Atlético. Receber quase um milhão de reais por quatro meses de empréstimo é um bom negócio. Mais do que o dinheiro que entra nos cofres rubro-negros, o profissional é valorizado e grato pela transação. Vamos supor que Ferreira continuasse no clube para as disputas do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Com a imprensa noticiando diariamente que ele poderia deixar o Atlético a qualquer momento, a dividida com o adversário seria a mesma? O pique no fim do jogo teria o mesmo fôlego? A gente já conhece o caráter de Ferreira. Sabemos que a vontade seria real, mas qualquer descuido e uma vaia nas arquibancadas já se tornaria um coro: "Mercenário! Vai para a Arábia! Sai daqui, colombiano!"

Futebol é assim mesmo. O Atlético, apesar de toda a estrutura, ainda não consegue concorrer com o exterior. Aliás, nenhum clube brasileiro consegue. Vejam os exemplos dos clubes gaúchos e mineiros. A base do ano anterior é sempre mantida, mas a estrela do Internacional ou Cruzeiro sempre acaba com um carimbo no passaporte com destino ao velho continente. Em São Paulo e no Rio também acontece a mesma coisa. Excetuando-se o São Paulo, que tem dinheiro para contratar o atacante Adriano, o resto exporta e ainda assim continua devendo salários para quem chega.

Não adianta rogar praga no Petraglia, boicotar o Sócio Furacão 2008 porque tudo está nos trilhos. A invencibilidade o Campeonato Paranaense é prova maior do trabalho que vem sendo realizado no CT do Caju. Ferreira foi o principal jogador do clube até aqui. Foi. Daqui quatro meses poderá voltar para ajudar o clube na seqüência do Brasileirão.

Por ora, vamos concentrar as nossas forças nesse time. Continuar acreditando no título paranaense e da Copa do Brasil. É possível, mesmo sem uma peça importante na máquina. Só que a máquina já está lubrificada e pronta para receber um substituto.

Até logo, Ferreirinha.


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