Silvio Toaldo Júnior

Silvio Toaldo Júnior, 49 anos, é administrador, engenheiro mecânico e sócio furacão desde 2008. Sempre acompanhou o Atlético desde a época de vacas magras no Pinheirão e teve um sonho realizado em 2001 vendo ao vivo e a cores o Furacão ser campeão brasileiro.

 

 

Contra fatos não há argumentos

01/02/2008


Esse time do Atlético de 2008 definitivamente já tem seu lugar marcado na história e a tendência é que esses números aumentem ainda mais, mesmo com algumas alterações que o técnico Ney Franco venha experimentar no time titular. A entrada de Irênio na meia-cancha e o deslocamento de Netinho para a lateral do campo deverá ser uma delas, tendo em vista o fraco rendimento de Michel, e o time que em anos anteriores era temido por seu forte ataque poderá ter, nos pés do atacante Marcelo Ramos, novamente este "status".

Mas o meu objetivo hoje não é falar do time de 2008 e sim voltar ao passado, mais precisamente a 1995, que foi o ano de recomeço do Furacão, o ano em que Mario Celso Petraglia bateu na mesa e tomou as rédeas do Atlético tornando-o uma potência e uma referência dentro e fora do Estado do Paraná.

Eu estava naquele fatídico chocolate verde em que perdemos de 5 a 1. Aquela derrota foi de perder o rumo de casa por um bom tempo, mas digamos que foi a melhor derrota (se existe esse tipo de adjetivo para a palavra derrota) que tivemos em 1995, ou sendo mais exagerado a melhor derrota que o Atlético poderia ter sofrido na sua história. Depois daquele Atletiba, tudo mudou e o ponto que quero chegar é exatamente na conquista do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Os homens mudaram, as atitudes mudaram e daquele ano para cá o Atlético somente cresceu, deixando seus rivais à beira da falência ou quase num abismo sem fim. Claro que o crescimento do Rubro-Negro não tem nada a ver com a queda dos outros times da capital, se eles foram/são mal administrados isso é um problema para eles resolverem.

Voltando a falar do título de 1995, com o qual o Rubro-Negro ascendeu à elite do futebol brasileiro. Na hora do jogo contra o Mogi Mirim, você lembra onde estava? Eu lembro como hoje daquele dia. A minha esposa, na época minha noiva, trabalhava no extinto Shopping Champagnat e naquele domingo, na hora do jogo, enquanto a esperava na praça de alimentação do shopping, eu ouvia o jogo do Furacão. Quando Paulo Rink fez o gol da vitória, eu chorei, chorei muito e agradeci a Deus por Ele nos colocar novamente na primeira divisão. Quando o árbitro apitou o final do jogo, respirei fundo e tive a certeza de que finalmente tínhamos voltado ao nosso devido lugar. Tenho plena certeza que aquele dia foi de muita comemoração, que ficou completa com a conquista do título contra o Central de Caruaru, na vitória por 4 a 1.

Contra fatos não há argumentos. Do time de 1996, que deveria ser a base do time campeão brasileiro de 1995, eu sinceramente não lembro. Ganhou sete partidas seguidas, mas não foi campeão paranaense. Espero que o time de 2008, que já igualou esse recorde e tende a superá-lo, consiga levantar o caneco neste ano. Sabemos que a outra fase do Estadual é na base do "mata-mata" e com qualquer descuido toda a pré-temporada pode ir para o espaço, mas Ney Franco e seus comandados estão focados na conquista do 22º título do Campeonato Paranaense.

Essa volta ao passado nos remete à nossa história. Um tempo em que o Rubro-Negro vivia precariamente, era mal administrado e como bem colocou o colunista Juarez Villela Filho em sua coluna “Olhando para si”, a torcida atleticana, ou uma grande fatia dela, está reclamando por razões que não são essenciais, reclamam de tudo e de todos. Quem voltar vinte ou trinta anos na história vai lembrar da época do Pinheirão, vai lembrar o quanto a torcida atleticana sofria naquele imundo lugar, lá sim, naquela época a torcida poderia reclamar. Hoje a diretoria tenta acertar, entendo que o problema com o Sócio Furacão está demorando demais para ser resolvido, mas tudo está mudando no Atlético, é uma questão de pararmos e refletirmos.

Despeço-me desejando um excelente Carnaval a todos os atleticanos e que o sábado de Carnaval e a Quarta-feira de Cinzas sejam de plena festa para a torcida atleticana.


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