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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Olhando para si
31/01/2008
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Poderia escrever sobre a falta de apoio político para fazer de Curitiba uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. De um governo estadual que briga com todo mundo, não poderia se esperar coisa melhor mesmo.
Talvez falar sobre o presidente coxa, que caiu de pára-quedas em um clube quase centenário, de muitas histórias e passado glorioso. Agora, no cargo, não sabe o que fazer e vai montando o América-RN versão 2008.
Falando em história, agradecer o site da torcida rival que quis mostrar que história é para quem tem o que contar e acabou fazendo um belo trabalho jornalístico e apontando o que todos sabiam: o maior time da história do futebol paranaense foi o Furacão de 1949! Obrigado, a matéria ficou show de bola.
Poderia criticar aqui a lentidão em se conseguir uma solução para o plano de sócios em 2008. Confio que o mais empenhado em conseguir logo contornar a situação é o próprio Atlético, mas o momento é propício e a mobilização não deve ser desfeita.
Mas ao invés de olhar os outros, apontar para os outros, prefiro fazer uma reflexão para dentro de nosso próprio lar, para dentro da própria família atleticana. Por que tanta crítica, por que o exagero, por que não ser sensível e ao menos razoável com nosso grande amor, o Clube Atlético Paranaense?
Parece que sempre a grama do vizinho é mais verde. O plano de sócio dos outros é melhor, que os alas dos outros são melhores, que o atacante do outro time que é melhor, que tal jornal persegue o clube, que o mundo gira em torno de denegrir e rebaixar o Atlético. Um complexo de inferioridade que não combina com o atual estágio em que nos encontramos. Se fosse algo como as décadas de 60 ou 70, quando devia ser dose agüentar a supremacia coxa, ou nos anos 80, quando vivíamos de espasmos de alegria ou nos anos 90, quando a gente se matava e via o Paraná vencer no final, daria para entender. Mas, agora?
No Atletiba tínhamos medo da atuação de Jancarlos e Michel. Ambos estavam mal à época, o esquerda ainda péssimo, mas mesmo assim superior ao do rival. Jancarlos passeou por ali o jogo todo. Falam que Netinho não é “o camisa 10” que mereça jogar no Atlético. Mas tirando uma meia dúzia aí que são top jogadores e cujo rendimento mensal é muito longe da realidade do rubro-negro, quem poderia ser o armador dos sonhos? E quem sabe ele já não esteja aí, com Irenio cumprindo melhor que Netinho a função, fazendo o jovem catarinense se destacar na ala esquerda, onde o 3-5-2 ofensivo pode levá-lo constantemente ao ataque? Por que a implicância injusta com um jogador dedicado e que dentro de suas limitações faz sua parte?
Por que pegar tanto no pé do garoto Vinicius? Já não basta termos queimado Diego, depois Cléber e Guilherme, este último jovem como o agora camisa 1? Não aprendemos com nossos erros? Não cobramos tanto, eu em especial, um tratamento especial da direção, ingressos mais acessíveis, mais liberdade para torcer dentro de nossa própria casa, pacotes justos, a volta da festa na Baixada e os mandatários do clube reviram conceitos, tentam ao menos ser mais acessíveis? Por que não podemos fazer o mesmo, sermos mais justos e tolerantes com nossos atletas, que estão dentro de campo suando e usando o manto sagrado rubro-negro?
O momento é propício, de união, de vitórias, uma boa fase como há tempos não vivíamos. A hora pode ser boa também para uma reflexão e ver que cada um de nós pode ceder, ajudar, dar um pouquinho mais para o Atlético e não só exigir dele.
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