Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Dentro da normalidade

05/05/2003


A goleada aplicada no Criciúma, há uma semana atrás, sugeria que o Atlético estava no caminho certo. E estava. Até mesmo neste sábado, no Mineirão, o time estava no caminho certo. Até que Vadão tirou o time dos trilhos, arrancando-lhe os pés do chão e lançando-o a um vôo para o qual a equipe não está preparada.

Além do fato de estar jogando contra o Cruzeiro, uma das melhores equipes do Brasil, o técnico rubro-negro desconsiderou o fato de que o elenco que tem nas mãos é mediano. Fosse o Manchester United, o Real Madrid, ou, sem ir tão longe, o Furacão de 2001, aí sim a ousadia mostrada pelo treinador teria feito sentido. Mas com o atual elenco, as substituições de Vadão tornaram previsível o massacre Azul sobre o Atlético. Poderíamos ter deixado Minas com um empate, ou, quem sabe, uma vitória obtida em um contra-ataque exitoso no final do jogo, mas o que temos que amargar é uma ressonante derrota, que finca o Clube na parte inferior da tabela de classificação.

Não podemos nos iludir. Nem nós torcedores, nem a diretoria, e muito menos o treinador Vadão. O mesmo time que saiu da Baixada vitorioso sobre o Tigre catarinense chegou a estar perdendo o mesmo jogo por 2 a 0, o que evidencia a fragilidade do sistema defensivo rubro-negro, que só será mitigada com a consciência das suas limitações e humildade nas pretensões.

Bem treinado e entrosado este elenco, o Atlético pode efetuar um bom desempenho no Campeonato Brasileiro, para o que terá de abusar do mando de campo, vencendo na marra os compromissos em Curitiba, e usar de muita cautela nos jogos fora de casa. Não adianta investir em críticas individuais que não levam a nada. Diego não teve culpa em nenhum dos gols e ter tentado alcançar a bola, na perfeita cobrança de falta de Alex, não mudaria em nada o resultado da partida. Capone pode não ter encantado, mas é seguramente melhor do que Ígor e Rogério Correa, e quando adquirir ritmo de jogo certamente mostrará que é um reforço precioso. O que não se pode é imaginar que o time é excelente e vai brigar pelo título, vencendo jogos fora de casa com a simplicidade que imaginou o nosso técnico no último Sábado.


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