Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

De olhos bem abertos

30/01/2008


O Atlético começou muito bem o Campeonato Paranaense, com seis vitórias consecutivas e com o distanciamento de cinco pontos do vice-líder. Isso não significa muita coisa em uma competição com o regulamento como o do nosso estadual. No quadrangular da segunda fase uma derrota na estréia pode deixar o Furacão três pontos atrás de um time que tenha conquistado 20 pontos a menos na classificação geral. Enfim, fórmula de disputa à parte, ganhar sempre é bom e ótimo que seja assim até o último jogo do campeonato.

A reação da imprensa após as vitórias do Atlético nos chamados clássicos locais, contra Coritiba e Paraná Clube é preocupante. Jornais, programas televisivos e comentaristas tradicionalmente alinhados contra o rubro-negro abusaram em dizer que nestes jogos a arbitragem ignorou pênaltis a favor dos adversários em lances de interpretação do árbitro. Tanto o alegado pênalti sofrido por Pedro Ken no Atletiba como o de outro quem paranista no último domingo foram lances em que os atleticanos Danilo e Jancarlos tocam apenas na bola, com os adversários se jogando após o desarme. Porém, salvo alguns coerentes e/ou imparciais analistas que tiveram a coragem de defender isto, a maioria condenou os árbitros.

Sinceramente se algum destes lances foi pênalti a falta ocorreu por cima, mesmo que eu discorde disso. No entanto pouquíssimos que acusaram a arbitragem alegaram carga por cima, mantendo sempre o discurso de que os quem´s foram derrubados por baixo. Maurício Batista dos Santos e Evandro Rogério Roman tiveram atuações acima da média nos dois clássicos, mas por causa destes lances de interpretação foram condenados e suas arbitragens avaliadas como ruim ou péssima por parte da imprensa.

Estas reclamações exageradas procuram tirar o foco das vitórias atleticanas para supostos erros de arbitragem, relevando a qualidade dos jogadores e competência do treinador Ney Franco. Enfim, pouco destaque é dado para os méritos de quem mereceu vencer, jogou melhor e tendo um time mais coeso, entrosado e experiente superou tanto aquele que foi quanto aquele que veio da segunda divisão nacional.

Por enquanto estes jogos da primeira fase pouco valem para a definição do campeão estadual, mas logo os clássicos serão decisivos, incoerentemente os referidos árbitros serão questionados e a comissão de arbitragem escalará Heber Roberto Lopes alegando que este é o melhor árbitro paranaense, a contragosto do Atlético. Assim, novamente o destino do Furacão no Campeonato Paranaense poderá estar nas mãos de Heber, à mercê de suas tradicionais e polêmicas decisões contra o rubro-negro.

É bom o Atlético já se preparar e abrir seus olhos para as fases decisivas do Estadual, afinal passou da hora de reconquistarmos o Paranaense e pelo que foi visto até agora, somente interferência de terceiros pode alijar o Furacão do título de 2008, pelo rendimento do time e baixíssima qualidade técnica dos rivais. Isto sem esquecer que uma emissora de televisão pagou pelo campeonato e não podemos contar com sua simpatia, já que obviamente não a interessa ficar sem transmitir a final por causa da presença do Atlético na decisão, único clube que discordou dos trocados oferecidos aos times pelos direitos televisivos de todo campeonato.


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